A Cielo lançou no domingo, 6, novo plano, chamado Cielo Livre, que dispensa o aluguel dos terminais de POS, conhecidos como “maquininhas” de cartão, caso o lojista atinja determinado volume de vendas ao mês. É o que informou, em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o vice-presidente (VP) de Produtos, Marketing, Negócios e Inovação da Cielo, Danilo Caffaro.

O lançamento do novo plano é a segunda fase de estratégia da Cielo com foco em pequenos lojistas. “Estudamos muito esse mercado, e vimos nele um desafio e uma oportunidade”, disse Caffaro. A empresa concluiu que era necessário criar e oferecer serviços simples e customizados ao perfil de cada cliente.

A primeira iniciativa foi o Cielo Controle, em que o contratante paga um valor fixo mensal, sem taxas, pelo equipamento; os planos mudam conforme a faixa de faturamento. Foi o produto mais vendido da empresa em 2017, com mais de 200 mil usuários.

As opções disponíveis no novo plano, o Cielo Livre, também dependem do faturamento mensal do cliente em vendas no cartão. Caso seja mais de R$ 2 mil, terá direito a escolher, sem aluguel, determinados terminais; com faturamentos maiores, as opções aumentam. Não há carência na troca de planos.

Continuam, no Cielo Livre, alguns serviços já presentes no Cielo Controle, como o depósito em dois dias das vendas em crédito, seja à vista ou parcelado, e a garantia de troca e manutenção das máquinas com atendimento 24 horas todos os dias.

As duas ofertas buscam, segundo Caffaro, facilitar o controle financeiro dos pequenos lojistas em relação às suas vendas ao fim de cada mês e, ao mesmo tempo, estimular a aceitação dos cartões de débito e crédito nessa fatia do mercado, ainda resistente. Ao poder escolher de antemão entre um plano fixo mensal, com taxa zero, ou o não pagamento do aluguel das “maquininhas”, o cliente poderá focar exclusivamente nas vendas, disse o VP da Cielo.

Líder no setor de meios de pagamentos no Brasil, a Cielo amarga começo de ano difícil. Relatório de balanço divulgado na última quarta-feira, 2, apresentou lucro líquido ajustado, no primeiro trimestre de 2018, 6,8% inferior ao do mesmo período no ano passado – R$ 932 mi ante R$ 1,001 bi. O impacto nas ações foi imediato, com quedas sucessivas ao longo da semana.

Analistas atribuem as dificuldades da companhia, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, à concorrência cada vez maior e mais agressiva no setor de empresas como PagSeguro (Uol), Rede (Itaú Unibanco) e GetNet (Santander).