Papéis avulsos

O lucro da Cielo, empresa de adquirência controlada por Bradesco e Banco do Brasil, caiu para R$ 724,1 milhões no quarto trimestre de 2018, baixa de 30,6% frente ao mesmo período de 2017. No acumulado do ano, a companhia presidida por Paulo Caffarelli lucrou R$ 3,3 bilhões, baixa de 17,6% em relação a 2017. O aumento da concorrência foi um dos argumentos para justificar o encolhimento do resultado. Para dar a volta por cima, a Cielo sinalizou que pretende “se reafirmar como a líder da indústria”. A missão não deve ser tão fácil, de acordo com os analistas do BTG Pactual. “Acreditamos que a deterioração nos resultados vai se acelerar em 2019 e tende a continuar até 2020”, escreveu Eduardo Rosman, em relatório. Uma das táticas adotadas pela companhia para manter a antiga freguesia e conquistar novos clientes é reduzir entre 20% e 30% o preço médio cobrados pelos seus serviços. No entanto, a Rede, seu principal rival, tem adotado a mesma estratégia. “Eles falam abertamente de uma guerra de preços”, aponta Rosman, que conclui: “Tememos que a Cielo precise ir muito além dos cortes de 20% a 30% nos preços para fazer frente à disputa no mercado”.

 

Bancos

Santander ganha R$ 12,1 bi em 2018

O Santander, presidido por Sergio Rial, lucrou R$ 12,1 bilhões no ano passado, alta de 14,6% ante 2017. A rentabilidade patrimonial no quarto trimestre subiu de 18,3% em 2017 para 21,1% em 2018. O desempenho deveu-se à expansão de 12% na carteira de crédito, que cresceu para R$ 305,2 bilhões. As pessoas físicas respondem por 22,6% dos empréstimos. As ações sobem 13,59% no ano.

 

Touro x Urso

O Ibovespa começou a semana pressionado pela queda dos papéis da Vale e perdeu a faixa dos 97 mil pontos ao recuar 2,29% na segunda-feira 28. Mas, com a recuperação do papel da mineradora, o principal índice da Bolsa ganhou fôlego e, até quarta-feira 30, havia diminuído as perdas na semana para 0,70%, o que elevou o seu patamar para os 96.996 pontos. No ano, o Ibovespa acumula ganhos de 10,36%.

 

Quem vem lá

Caixa planeja IPO de subsidiárias

A divisão de loterias da Caixa Econômica Federal deve ser a primeira subsidiária da instituição a abrir capital, de acordo com o presidente, Pedro Guimarães. Ele sinalizou que outras três unidades – seguros, gestão de ativos e cartões – também devem iniciar seus processos de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos próximos 12 meses, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O objetivo é vender cerca de 30% de cada subsidiária. Para incrementar o capital do banco, Guimarães planeja também a venda de edifícios que abrigam agências para fundos de investimento imobiliários, o que pode movimentar até R$ 5 bilhões.

 

Destaque no pregão

Resultado do Inter avança 38% em 2018

O banco digital Inter lucrou R$ 74,2 milhões no ano passado, o que representa avanço de 38% em comparação com 2017. A instituição, que abriu capital em abril no ano passado, investiu parte dos R$ 722 milhões captados em tecnologia e em desenvolvimento. Em novembro, o banco presidido por João Vitor Menin lançou o seu consórcio imobiliário e passou a ofertar cartas de crédito que variam entre R$ 120 mil e R$ 240 mil. Um mês depois, colocou no ar a sua plataforma de investimentos. As iniciativas elevaram o número de clientes atendidos para 1,4 milhão, o que significa avanço de 283% em um ano. O número maior de clientes refletiu em mais empréstimos. A carteira de crédito da instituição cresceu 28% nos últimos 12 meses, para R$ 3,3 bilhões.

Palavra do analista:
“O resultado veio ligeiramente acima do esperado pelo mercado. Os destaques positivos são a expansão na carteira de crédito, aumento da base de clientes e melhora na qualidade do credito”, escreve Luiz Gustavo Pereira, analista da Guide, em relatório.

 

Óleo e gás

Petrobras quer acelerar a venda de refinarias

A Petrobras, que tem monopólio no segmento de refinarias no País, pretende acelerar o programa da venda de algumas unidades. O presidente da companhia, Roberto Castello Branco, criticou a estratégia para o desinvestimento anunciada no ano passado pela estatal, que previa a venda de 60% de ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do país. “Não pretendemos nos prender a um programa tímido (…) e restringir compradores. Qualquer um pode entrar”, disse Castelo Branco na semana passada durante um evento em São Paulo. As ações acumulam ganhos de 12,9% no ano.

 

 

Mercado em números

ELETROBRAS
US$ 1 bilhão – É quanto a estatal pretende rolar de dívida, representada por bônus emitidos no mercado internacional e cujo vencimento estava previsto para o segundo semestre. A rolagem será realizada por Bank of America e Bradesco

COPASA
R$ 350 milhões – É o valor que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais vai emitir em debêntures de duas séries. A primeira, de R$ 200 milhões, terá prazo de cinco anos e pagará um retorno de 107,5% do CDI

EZTEC
R$ 285 milhões – Foi o valor das vendas líquidas da construtora e incorporadora no quarto trimestre de 2018, alta de 184% na comparação anual

MARFRIG
R$ 40 milhões – É o montante que Minerva Foods deve receber da Marfrig como acerto pela permuta entre as companhias referente às plantas de Paratininga (MT) e de Várzea Grande (MT)

TIM
R$ 9,7 milhões – É o valor da multa que a operadora de celular recebeu da Secretaria Nacional do Consumidor por conta de cobranças ilegítimas aos clientes


Errata
Essa nota foi atualizada às 19h20 de 5 de fevereiro para retificar a seguinte informação: A Marfrig vai pagar – e não receber – cerca de R$ 40 milhões pela diferença da permuta com a Minerva.