Por Brad Brooks e Daniel Trotta

UVALDE, Texas (Reuters) – A cidade texana de Uvalde, nos Estados Unidos, começa a sepultar as 21 crianças e professoras que foram mortas em um ataque a tiros em uma escola primária há uma semana, com dois funerais programados para terça-feira de duas meninas de 10 anos.

De acordo com obituários nos sites das duas casas funerárias de Uvalde, Amerie Jo Garza era doce, atrevida e engraçada, e adorava nadar e desenhar; Maite Yuleana Rodriguez era uma aluna que gostava de aprender sobre baleias e golfinhos e sonhava em se tornar uma bióloga marinha. O funeral de Amerie estava marcado para terça-feira à tarde na Igreja Católica do Sagrado Coração de Uvalde e Maite à noite em uma funerária da cidade.

Elas foram mortas junto com outros 17 alunos, todos com idades entre 9 e 11 anos, e duas professoras por um atirador de 18 anos que invadiu a sala de aula da quarta série e abriu fogo com um rifle semiautomático de alta velocidade AR-15.

Na segunda-feira, artistas finalizaram um mural com pombas brancas na lateral do edifício Ace Bail Bonds, perto do cemitério.

“Aquelas crianças estavam cheias de vida e sonhos”, disse uma das artistas, Yanira Castillo, de 34 anos, que viveu toda a sua vida em Uvalde. “Uma cidade não supera isso. Isso nos afetará para sempre.”

Uma série de funerais está marcada para as próximas duas semanas na cidade de 16.000 habitantes, que é quase 80% latina ou hispânica e em grande parte católica. Entre eles estão os funerais das duas professoras que morreram, Eva Mireles, de 44 anos, e Irma Garcia, de 48.

O marido de Irma, José Garcia, de 50 anos, morreu de ataque cardíaco dois dias após o ataque. Um funeral conjunto está planejado para quarta-feira para o casal, que se conheceu no ensino médio e tinha quatro filhos.

“Nosso foco na terça-feira está em nossas famílias que perderam entes queridos. Começamos a enterrar nossos filhos, as vítimas inocentes dos assassinatos da semana passada na Robb Elementary School”, disse o prefeito de Uvalde, Don McLaughlin, em um comunicado.

Enquanto a cidade sofre, o país novamente discute se deve reformar as leis sobre armas, que no Texas permitiram que o atirador comprasse legalmente uma arma do estilo AR-15 em seu aniversário de 18 anos, uma semana antes do massacre.

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