A Prefeitura de São Paulo terá a partir do ano que vem o mapeamento do subsolo da cidade. O objetivo é conhecer por onde passam tubulações de água e gás, assim como cabos de telecomunicação e eletricidade, e evitar acidentes.

Atualmente, as concessionárias realizam obras, correndo o risco de atingir uma tubulação feita por outras empresas anteriormente. Além disso, após a realização dos serviços, o asfalto fica cheio de remendos e ondulações – o que gera crítica por parte da população.

Nesta terça-feira, 26, a Prefeitura lançou, em parceria com concessionárias, o sistema digital GeoInfra, que reunirá informações da infraestrutura da cidade. A ferramenta de gerenciamento do subsolo vai permitir à Prefeitura controlar em tempo real as obras realizadas por concessionárias.

“Semanalmente a cidade tem problema de acidente provocado por alguma concessionária que estoura o cano de outra. A Prefeitura também perfura. Melhorar a pavimentação após a realização da obra da concessionária é uma das queixas dos moradores. Serão feitos testes de amostragem com o material. Vamos monitorar como está sendo feita a recomposição das valas abertas”, disse Alexandre Modonezi, secretário municipal das Subprefeituras.

De acordo com a gestão Covas, atualmente mais de 90% dos buracos são feitos por companhias de gás, água, telecomunicação e energia elétrica.

Todos os serviços realizados a partir desta quarta-feira, 27, já devem ser inseridos na nova plataforma. As concessionárias têm até maio do próximo ano o prazo para fornecer a base de cadastro da rede existente.

O sistema digitalizado desburocratizará o processo e reduzirá o prazo para autorização das obras de 180 para 20 dias. Também tornará a fiscalização mais efetiva com relação a finalização do serviço: nivelamento adequado do asfalto e qualidade do material usado.

O projeto foi desenvolvido pelo Departamento de Controle e Cadastro de Infraestrutura Urbana (Convias), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e concessionárias como a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

A partir do fim do primeiro semestre de 2020, os munícipes poderão acompanhar ainda as obras feitas por concessionárias pela plataforma Geosampa.

“É preciso conhecer o que há no subsolo para que se possa fazer um planejamento de todas as intervenções. Vamos saber onde está o cano de água, de esgoto, de gás, linha de transmissão de telecomunicação ou energia elétrica. Entendimento do trabalho como um todo”, avaliou Marcos Penido, secretário de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente.

O subterrâneo ainda é desconhecido. “A quantidade de tubulações existentes significa um risco alto quando temos que fazer uma intervenção”, acrescentou Paulo Massato, diretor da região metropolitana da Sabesp.

A Comgás afirma que executa as intervenções nas vias e calçadas de acordo com as normas e procedimentos aplicáveis pelo município. “Importante ressaltar que todas as valas abertas para a instalação da rede de gás natural encanado são fechadas conforme procedimentos técnicos adequados”, disse.

Relembre

Vazamento de Gás. Na madrugada de 3 de maio, um vazamento na rede de gás natural da Comgás, provocado por uma obra da Sabesp, causou um incêndio no 7º andar de um prédio na Rua das Carmelitas, no bairro da Sé, região central de São Paulo.

Um homem de 47 anos teve 90% do corpo queimado e foi encaminhado para o pronto socorro do Hospital das Clínicas.

No momento da ocorrência, os bombeiros verificavam o vazamento de gás em uma obra da Sabesp na Rua Tabatiguera, que fica a menos de 300 metros do local do incêndio.

Em nota, na época, a Sabesp informou que “durante os serviços noturnos de troca de rede de água na Rua Tabatinguera, a obra acabou atingindo a rede de gás. Imediatamente, a equipe acionou a Comgás para o fechamento”. A companhia ainda lamentou o acidente e disse que colaboraria com a apuração do caso e na prestação de assistência às vítimas. A Comgás confirmou que o incêndio se deu em razão de um dano na rede de gás natural.

Carros presos em ‘buracos’

Moradores da Rua Agenor Rocha com a Rua Apoquitaua, na zona leste da capital paulista, ficaram receosos com a realização de obras de esgoto na região. Depois de um forte temporal, alguns buracos, que tinham sido tampados temporariamente com pedras, foram abertos no asfalto e encobertos pela água. A situação ‘pegou’ de surpresa muitos motoristas que passaram pela região.

Em nota, na época, a Sabesp disse que estava fazendo um remanejamento da rede de esgoto na Rua Apoquitauá, esquina com a Rua Agenor Rocha, na Vila Norma, na zona leste, onde foi feito uma reposição definitiva do asfalto de acordo com os padrões de qualidade estabelecidos.