Passageiros norte-americanos a bordo do cruzeiro Diamond Princess, que em está ancorado em Yokohama em quarentena por conta da contaminação pelo coronavírus, se prepararam para deixar o Japão rumo ao aeroporto de Tóquio neste domingo. Os voos foram fretados pelo governo dos Estados Unidos após negociações e forte pressão política de Washington.

Antes de deixar a embarcação todos os 380 passageiros de nacionalidade norte-americana foram examinados por funcionários do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla em inglês). Os que apresentaram teste positivo ou sintomas da doença não receberam permissão para deixar o país e alguns devem permanecer em hospitais da capital japonesa. O governo do Japão diz ter 150 membros de sua força militar a bordo ajudando na liberação de passageiros, entre outras questões.

Depois de quase duas semanas de quarentena a bordo, os passageiros devem seguir para o aeroporto de Haneda, em Tóquio, e aterrissar primeiro na base da Força Aérea em Travis, perto de Sacramento, Califórnia, segundo fontes oficiais. Em solo norte-americano, os passageiros ainda devem cumprir um período adicional de 14 dias de isolamento.

De acordo com o CDC, a decisão de repatriar os norte-americanos foi tomada em razão da “dinâmica da epidemia”, o que significa que o número de casos na embarcação tem aumentado.

O número de casos já confirmados de coronavírus entre os passageiros e tripulação do Diamond Princess aumentou para 355, com mais 70 casos de pessoas que testaram positivo para o coronavírus sendo transferidas para hospitais em solo, conforme dados divulgados neste domingo pelo Ministério de Saúde do Japão. Hoje, Israel anunciou que dois de seus cidadãos estão entre os que foram infectados, sendo os primeiros do país a contrair a doença.

Ontem, o Canadá disse que irá enviar um avião fretado para repatriar seus cidadãos, seguindo protocolo similar ao dos EUA para exames e posterior quarentena. Em comunicado oficial, as autoridades canadenses afirmam que a decisão foi tomada “diante das circunstâncias extraordinárias enfrentadas pelos passageiros” e para “aliviar a carga sobre o sistema de saúde japonês”.

Quando teve início a quarentena, o Diamond Princess tinha mais de 3.700 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação. Inicialmente, o Japão resistiu em testar todas as pessoas a bordo, citando obstáculos logísticos e que todos que estivessem em boas condições de saúde poderiam deixar o país em 19 de fevereiro. Ontem, entretanto, as autoridades japonesas informaram que todos passariam por testes antes de desembarcar.

A tripulação também já foi avisada que terá de cumprir um novo período de quarentena (por um prazo ainda não determinado) após o desembarque do último passageiro.

Fonte: Dow Jones Newswires.