O rio Whanganui, na Nova Zelândia, foi reconhecido pelo parlamento do país como uma “pessoa”. Formalmente, ele foi declarado como uma entidade viva, com todos os direitos e responsabilidades decorrentes disso. Trata-se de uma iniciativa pioneira no mundo, que mistura conceitos ocidentais de direito com o misticismo Maori, povo originário da região.

A legislação reconhece a profunda conexão espiritual do povo Maori com o Te Awa Tupua, como é chamado o Whanganui no idioma local. Na prática, o rio terá sua própria personalidade jurídica, podendo ser representado por dois advogados em disputas legais, um indicado pelo governo e outro pela tribo.

Os indígenas vinham lutando pelo reconhecimento dos direitos do rio, o terceiro maior da ilha, desde 1870, no que se tornou a disputa jurídica mais longa da nação oceânica.

(Nota publicada na Edição 1011 da revista Dinheiro)