Ao menos três pessoas morreram nesta quarta-feira (26) na passagem do ciclone Yaas pela região leste da Índia, o segundo fenômeno do tipo a afetar em poucos dias um país que luta contra a pandemia de coronavírus.

Os ciclones são uma ameaça habitual no norte do Oceano Índico, mas muitos cientistas afirmam que são cada vez mais frequentes e graves em consequência da mudança climática.

Apenas uma semana depois da passagem do ciclone Tauktae, que matou 155 pessoas no oeste da Índia, o ciclone Yaas obrigou 1,5 milhão de moradores a abandonarem suas casas nos estados de Bengala Ocidental e Odisha.

A primeira-ministra de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, disse que a cidade de Digha ficou “inundada” após ondas de até quatro metros de altura e informou que duas pessoas morreram na localidade.

O ciclone provocou chuvas torrenciais e ventos de até 155 km/h.

“Nunca em minha vida eu vi uma tempestade assim”, disse Purnendu Jana, morador de Digha. “A água pode atravessar a estrada principal pela primeira vez”, completou.

Quase 20.000 casas foram danificadas e várias ilhas foram inundadas com a ruptura de represas, segundo Banerjee.

Em Odisha também foram registrados grandes danos, com centenas de árvores arrancadas, mas os efeitos para as infraestruturas eléctricas foram mínimos, segundo o funcionário do setor de emergências, Pradeep Kumar Jena.

“Recebemos informações sobre a morte de duas pessoas (…) Os funcionários locais estão investigando os dois incidentes”, disse Jena.

No vizinho Bangladesh, um homem morreu na queda de uma árvore quando as ondas inundaram milhares de casas, informaram à AFP as autoridades.

Algumas tempestades mais letais da história foram registradas no Golfo de Bengala, incluindo uma em 1970 que matou meio milhão de pessoas no que hoje é Bangladesh.