A cibercriminalidade gerará este ano um custo de mais de 1 trilhão de dólares para a economia mundial, 50% a mais do que em 2018, assim como importantes impactos não monetários, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (7).

O relatório, elaborado pela McAfee Corp., juntamente com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), concluiu que o custo da atividade criminosa on-line é de mais de 1% da produção econômica mundial.

Os pesquisadores destacaram um amplo espectro de ataques, incluindo randomware, phishing, sequestro de e-mails empresariais, spyware e roubo de criptomoedas.

Parte do aumento pode ser atribuído a uma segurança menor, devido ao trabalho remoto, sem a proteção dos escritórios, por causa da pandemia.

“A gravidade e a frequência dos ciberataques às empresas aumenta à medida que as técnicas evoluem, as novas tecnologias abrem mais espaço para novas ameaças e a natureza do trabalho se expande aos ambientes domésticos e remotos”, disse Steve Grobman, diretor técnico da McAfee.

“Embora a indústria e o governo sejam conscientes das implicações financeiras e de segurança nacional dos ciberataques, a inatividade não planejada, o custo de investigar as infrações e a interrupção da produtividade representam custos de alto impacto menos perceptíveis”.

A pesquisa foi confeccionada com base em uma consulta realizada com 1.500 profissionais de tecnologia nos setores público e privado dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Japão e Austrália.

O impacto dos crimes cibernéticos incluiu perdas em propriedade intelectual e ativos monetários, assim como custos produzidos pela inatividade do sistema e os danos à reputação de uma organização, diz o informe.

“Não é segredo nenhum que o cibercrime pode afetar a segurança pública, socavar a segurança nacional e causar danos às economias”, acrescentou.

Mas há “custos ocultos que as organizações podem não ter presentes, como a perda de oportunidades, o desperdício de recursos e a deterioração da moral do pessoal”.

Um ponto preocupante, segundo os pesquisadores, é que apenas 44% das empresas consultadas têm planos tanto para prevenir quanto para responder aos incidentes de segurança.

O informe é divulgado no momento em que uma onda de ataques se dirige contra organizações sanitárias durante a pandemia do novo coronavírus, ao mesmo tempo em que relatórios alertam que hackers têm como objetivo a cadeia de abastecimento da vacina contra a covid-19.