SÃO PAULO (Reuters) – As chuvas, que estiveram escassas e irregulares nas áreas produtoras de soja do Brasil, limitando maiores avanços no plantio, devem retornar à grande parte das lavouras do país nesta semana, afirmou a Rural Clima em boletim nesta segunda-feira.

“Amanhã (terça-feira), áreas de instabilidade associadas a frentes frias que vêm avançando deixam o tempo mais fechado e com previsões de chuvas mais generalizadas sobre grande parte das áreas produtoras do Sul, Paraguai, partes do Centro-Oeste e partes do Sudeste”, afirmou o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos.

Até a última quinta-feira, o plantio da safra 2022/23 de soja havia atingido 80% da área estimada para o Brasil, contra 69% uma semana antes e 86% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento da AgRural divulgado nesta segunda-feira.

Segundo a consultoria AgRural, os trabalhos agora se concentram nos Estados de calendário mais tardio do Sul e do Norte/Nordeste.

A AgRural comentou que, embora as chuvas tenham sido muito bem-vindas na semana passada, os volumes e a distribuição não foram suficientes para levar alívio a todas as áreas secas. “Nada que ameace o potencial produtivo das lavouras até o momento, mas é importante que as chuvas se tornem mais regulares nessas regiões nas próximas semanas.”

A expectativa de analistas e instituições é de que o Brasil colha uma safra recorde de soja de mais de 150 milhões de toneladas.

Já a Rural Clima destacou que entre a terça e quarta-feira o avanço da frente fria “deixará todo um corredor de umidade sobre a faixa central, levando chuvas mais generalizadas para grande parte das regiões produtoras do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, assim como sobre o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)”.

Nesta segunda-feira, a previsão é de áreas de instabilidade sobre regiões produtoras do Rio Grande do Sul, oeste de Paraná, Mato Grosso do Sul e Bolívia. Chuvas são esperadas em lavouras gaúchas e partes do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Ainda que tenha ponderado que a semana não terá uma regularização completa nas chuvas, o agrometeorologista notou que as precipitações serão mais abrangentes do que nas últimas semanas.

Santos notou ainda que o Rio Grande do Sul terá chuvas, mas com frentes passando mais rapidamente, o que deve favorecer o colheita do trigo e o plantio de soja e arroz.

(Por Roberto Samora)

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