A China não quer ser afetada pelas sanções ocidentais contra a Rússia, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em meio à crescente pressão para que Pequim retire o apoio a Moscou.

“A China não é parte da crise (ucraniana) e menos ainda deseja ser afetada pelas sanções”, declarou Wang em uma conversa por telefone com o colega espanhol, José Manuel Albares.

Ele acrescentou que seu país “sempre foi contrário ao uso de sanções para resolver problemas, muito menos sanções unilaterais que não têm respaldo no direito internacional”.

“A China tem o direito de proteger seus direitos e interesses legítimos”, disse Wang.

Quase três semanas depois do início da invasão das tropas russas à Ucrânia, as forças de Moscou bombardeiam e cercam várias cidades.

Os combates deixaram milhares de mortos e destruíram a infraestrutura do país. Milhões de pessoas fugiram da Ucrânia.

Os comentários de Wang foram publicados pela imprensa estatal após uma reunião de sete horas entre funcionários de alto escalão dos governos dos Estados Unidos e da China em Roma. Washington expressou preocupação com “alinhamento” entre Moscou e Pequim.

Rússia e China se aproximaram recentemente, o que para o governo dos Estados Unidos representa uma aliança crescentemente hostil de potências autoritárias.

Pequim se negou a condenar abertamente as ações de Moscou no território ucraniano. A imprensa americana afirmou que a Rússia pediu ajuda militar e econômica à China para enfrentar a campanha militar e as duras sanções ocidentais.

Na reunião de segunda-feira em Roma, o diplomata chinês Yang Jiechi reafirmou a postura de seu país de que Pequim “está comprometida com a promoção das negociações de paz”, informou a agência oficial Xinhua.

A China pediu a todas as partes “máxima moderação” e proteção aos civis na crise ucraniana.

Washington espera que Pequim use sua influência sobre Putin.