A China planeja incentivar adolescentes homens a praticar mais esporte como forma de torna-los mais ‘másculos’. A ideia relançou um debate entre aqueles que apelam a mais diversidade e os que defendem uma sociedade ‘mais masculina’.

O Ministério da Educação disse que tem como objetivo aumentar o número de professores de educação física e renovar as aulas de ginástica para impulsionar a ‘masculinidade’ dos estudantes. O plano surge em resposta a uma proposta de um membro da Conferência Política Consultiva Popular da China, onde pedia ajuda para os rapazes que se tornaram “delicados, tímidos e efeminados’ depois de terem sido escolarizados principalmente por professoras”, disse o ministério.

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Uma hashtag sobre o plano do ministério reuniu 1,5 bilhões de comentários na rede social Weibo, até quarta-feira, 3 de fevereiro. “É difícil imaginar que rapazes efeminados possam defender o seu país quando uma invasão exterior se aproximar”, disse um dos usuários.

Como a maioria das nações asiáticas, a China tem uma inclinação tradicional para filhos homens. Décadas da política de filho único levaram ao que algumas pessoas veem como uma tendência para os pais protegerem em demasia os filhos. Mas a ideia de fazer com que os rapazes “endureçam através da actividade física” tem ganhado apoio nos últimos anos.

Alguns pais de meios mais privilegiados, preocupados por os seus filhos serem ‘demasiado frágeis’, estão enviando eles para campos de treino privados que prometem transformá-los em homens “reais” através de exercícios inspirados no exército.

Os meios de comunicação estatais, numa tentativa de acalmar o debate, publicaram esta semana relatórios a mostrar que certos comportamentos e características não deveriam ser associados a nenhum dos gêneros.

A agência noticiosa Xinhua, citando especialistas, disse que a construção da “masculinidade” não deveria ter o ênfase das diferenças de gênero, mas sim sobre o desenvolvimento de um físico saudável e força interior.