O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) promoveu três potenciais sucessores do presidente do banco central, Zhou Xiaochuan, o que poderia levar a uma sucessão no momento em que Pequim tenta conter um dívida em aumento e os riscos financeiros. As três autoridades estão entre as 204 pessoas nomeadas pelo Comitê Central do partido, no fim de seu congresso quinquenal.

Zhou tem comandado o PBoC desde 2002 e está com 69 anos, acima da idade informal de 68 anos para a aposentadoria dos dirigentes do país. Ele se manteve na última troca de lideranças em 2012, no que foi visto como um esforço para projetar estabilidade, no momento em que uma nova geração chegava ao poder, sob a liderança do presidente Xi Jinping.

Os novos dirigentes recém-promovidos foram o regulador bancário Guo Shuqing, o regulador do mercado de títulos Liu Shiyu e também Jiang Chaoliang, secretário do partido na populosa província de Hubei, que circunda Pequim. Analistas do setor privado afirmam que os três possuem a experiência necessária para suceder Zhou.

Guo seria bem visto por investidores estrangeiros, que conhecem suas ideias, segundo relatório de economistas do Citigroup. Já no caso de Jiang os analistas do banco dizem que poderia levar mais tempo para que fossem “digeridas totalmente” as ideias dele sobre a política monetária. Os analistas apontam que a experiência financeira de Jiang data da crise financeira asiática de 1997, quando ele ajudou a fechar um fracassado truste de investimentos administrado pelo governo na província de Cantão, sul do país.

O próximo presidente do PBoC terá um papel crucial nos esforços para desacelerar os empréstimos bancários, que levaram a dívida chinesa ao equivalente a 270% do Produto Interno Bruto (PIB).

Zhou advertiu na semana passada que o crescimento econômico relativamente robusto da China poderia enfrentar riscos financeiros e com o endividamento excessivo. “O risco sistêmico financeiro pode disparar uma crise financeira”, afirmou Zhou no congresso partidário. Ele disse que isso poderia ter “um grave impacto na economia e no emprego como um todo”.

O presidente do PBoC emitiu advertência similar sobre o crescimento da dívida corporativa chinesa em uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 15 de outubro. O PBoC é parte do Ministério das Finanças. A tradição oficial sugere que, se um novo presidente de banco central é nomeado, isso ocorreria após a legislatura chinesa apontar um novo ministro das Finanças, em março. Fonte: Associated Press.