A China pode retornar a um regime de taxa cambial mais flexível, caso as incertezas sobre a economia mundial diminuam, afirma um conselheiro do Banco Central do país em um artigo publicado no jornal China Daily.

“A China pode deixar flutuar de maneira controlada a taxa de câmbio, em especial se as incertezas sobre a situação do pós-crise mundial diminuirem”, escreveu Fan Gang, que dirige um instituto de pesquisa econômica.

Desde meados de 2008 o yuan está ancorado de fato ao dólar e se aproveitou da fragilidade da moeda americana, assim como da recuperação, em relação ao euro.

Em 2005, a pressão internacional levou o governo comunista chinês a estabelecer uma certa margem de flutução do yuan, que até 2008 registrou valorização de 21% em relação ao dólar.

Mas desde então, a cotação da moeda chinesa permanece imutável em relação à divisa americana.

Para Fan Gang, antes de decidir o que fazer, “as autoridades chinesas devem pesar uma série de fatores que vão desde as responsabilidades internacionais da China até os danos potenciais do protecionismo internacional, ou até mesmo uma guerra comercial”.

Depois de um período de discrição que coincidiu com a crise financeira internacional, os Estados Unidos voltaram a pressionr a China a revisar a política cambial, acusada de favorecer as exportações de Pequim.

Alguns analistas consideram que a moeda chinesa está desvalorizada em quase 40% na relação com o dólar.

Congressistas americanos culpam o desvalorizado yuan pelo enorme déficit comercial do país com a China, que chegou a 227 bilhões de dólares em 2009.

jg/fp