A China pediu neste sábado (5) negociações “diretas” entre a Ucrânia e a Rússia, em uma conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no décimo dia do conflito no Leste Europeu.

Esta conversa representa a primeira ligação entre os chefes da diplomacia das duas grandes potências mundiais desde que a Rússia iniciou sua ofensiva contra a Ucrânia.

Após o início da intervenção russa, que enfrenta forte resistência das tropas ucranianas, a China adotou uma posição intermediária diplomática, recusando-se a condenar o ataque russo depois de ter oferecido amizade “ilimitada” à Ucrânia e à Rússia um mês antes.

“Encorajamos negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia”, disse Wang a Blinken, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.

“Esperamos que os combates parem o mais rápido possível e assim evitar uma crise humanitária em grande escala”, acrescentou o chanceler chinês, que reconheceu que as negociações entre a Rússia e a Ucrânia não serão uma tarefa “fácil”.

Blinken afirmou a seu colega chinês que “o mundo está observando quais países defendem os princípios básicos de liberdade, autodeterminação e soberania”, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Enquanto os Estados Unidos e muitos países ocidentais anunciaram duras sanções contra a Rússia, a China ainda hesita em considerar a crise russo-ucraniana como uma guerra.

“A diplomacia não pode ser apenas europeia ou americana, aqui a diplomacia chinesa tem um papel a desempenhar”, defendeu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em entrevista publicada no jornal espanhol El Mundo.

Em sua conversa com Blinken, Wang disse que a resolução do conflito estava “intimamente relacionada aos interesses de segurança de ambos os lados”.

Wang garnatiu ainda que os Estados Unidos, a Otan e a União Europeia devem negociar com a Rússia e “levar em conta o impacto negativo da expansão da Otan para o leste no espaço de segurança da Rússia”, uma das principais exigências do presidente russo, Vladimir Putin.