As autoridades chinesas parabenizaram, nesta quinta-feira (21), Joe Biden por sua posse como presidente dos Estados Unidos e parafrasearam parte de seu discurso de posse, pedindo igualmente “unidade” nas relações bilaterais.

“Percebi que o presidente Biden insistiu várias vezes em seu discurso na palavra ‘unidade’. Acredito que isso é exatamente o que precisamos atualmente nas relações entre a China e os Estados Unidos”, declarou à imprensa a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

Os laços entre as duas potências mundiais se deterioraram muito ao longo do mandato do republicano Donald Trump, que decidiu travar uma guerra comercial e tecnológica contra a China.

Pouco antes da posse de Biden na quarta-feira em Washington, a China anunciou sanções contra 28 ex-funcionários do governo Trump, incluindo o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que não terão permissão para entrar na China ou em Hong Kong.

Mas Pequim, que levou dias para reconhecer a vitória do democrata Biden nas eleições de novembro, assegura que deseja iniciar uma nova página em suas relações bilaterais.

“Acredito que a China e os Estados Unidos devem mostrar coragem e sabedoria para se entenderem”, disse Hua.

“É obrigação da China e dos Estados Unidos, como grandes nações que são, e também a esperança da comunidade internacional”, acrescentou.

“Se os dois lados cooperarem, os anjos benevolentes vencerão as forças do mal nas relações China-EUA”, disse Hua, parafraseando outra parte do discurso de posse de Biden.

A porta-voz também saudou o retorno dos Estados Unidos ao acordo climático de Paris e à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Se o novo governo dos Estados Unidos parece disposto a adotar um tom menos virulento e provocador em suas relações com a China, não suavizará sua política em matéria de direitos humanos, especialmente em relação a Hong Kong e à situação na região chinesa de Xinjiang, onde vive a minoria muçulmana uigur.

A este respeito, na terça-feira, o novo secretário de Estado de Biden, Antony Blinken, mostrou sua firmeza em um discurso perante o Senado, dizendo que compartilhava da acusação de “genocídio” de Pompeo contra a China por sua política em relação aos uigures.

Ele também reconheceu que o presidente republicano “teve razão em adotar uma posição mais firme” em relação ao gigante asiático.