Por Shivani Singh e Dominique Patton

PEQUIM (Reuters) – As importações de soja pela China junto ao Brasil recuaram em março com a chuva atrasando alguns embarques do principal exportador global da oleaginosa, mas as importações dos EUA dispararam e aumentaram mais de quatro vezes com a chegada de carregamentos atrasados, atingindo o maior total mensal desde dezembro de 2016.

A China, maior importadora global de soja, importou 315.334 toneladas do Brasil em março, queda de 85% frente as 2,1 milhões de toneladas no mesmo mês do ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas nesta terça-feira.

China amplia importações de petróleo da Arábia Saudita em março

Commodities/China: importação de milho sextuplica em março na comparação anual

As importações do Brasil foram as menores desde janeiro de 2017, segundo registros da Reuters com os dados da alfândega.

Mais do que compensando esse recuo, a China importou 7,18 milhões de toneladas de soja dos EUA em março, alta de 320% frente à 1,7 milhão de toneladas no mesmo mês do ano anterior.

Os dados desta terça-feira foram os primeiros com separação por origem da soja desde que a China publicou antes neste mês números mostrando que as importações de soja em março cresceram 82%, para 7,7 milhões de toneladas.

“Boa parte disso parece que se deve a atrasos que afetaram o momento de chegada dos embarques dos EUA”, disse Darin Friedrichs, analista da StoneX. “Alguns dos carregamentos poderiam ter chegado antes, mas não foram realmente descarregados até março.”

A China tem aumentado compras de produtos agrícolas e outros dos EUA após os dois lados terem assinado um acordo comercial inicial em janeiro passado. Mas os compradores de soja se voltaram mais para os EUA do que o usual em 2021, uma vez que chuvas no Brasil atrasaram a colheita por lá e as exportações.

Processadores chineses importam soja para esmagamento e produção de farelo de soja para ração e fabricação de cozinha.

Eles haviam aumentado compras de soja por expectativa de forte demanda em meio à recuperação do rebanho suíno chinês. Mas uma severa onda de casos de peste suína africana nos últimos meses dizimou ao menos 20% do rebanho de fêmeas no norte da China, segundo algumas estimativas, reduzindo a demanda por farelo de soja.

O aumento no uso de trigo para ração também segurou a demanda por farelo de soja, segundo analistas e operadores de mercado.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS LC

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH3J0P1-BASEIMAGE