A China criticou o apoio de autoridades e políticos dos Estados Unidos a onda de protestos que tomam Hong Kong há mais de dois meses. Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (9), o Ministério de Relações Exteriores do país asiático pediu para que os norte-americanos “evitem se intrometer em assuntos de Hong Kong e domésticos da China”.

As ruas de Hong Kong, um dos principais centros econômicos e financeiros da Ásia, se tornaram palco de massivos protestos contra a influência de Pequim na gestão da ilha. O movimento eclodiu no início de junho, com a divulgação de um projeto de lei que permitia a extradição de cidadãos de Hong Kong, atualmente uma zona autônoma, para serem julgados em Pequim.

Apesar de o governo chinês ter recuado na medida, os protestos continuaram com pedidos de maior liberdade política e social. Na última segunda-feira (5), mais de 14 mil pessoas aderiram as manifestações, a maior desde quando Hong Kong retornou à China em 1997.

A mobilização foi elogiada pela porta-voz da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, que classificou o movimento como “extraordinário exemplo de coragem em contraste com um governo covarde.” A política ainda afirmou que vai levar o assunto para debate no Congresso norte-americano.

No comunicado desta quinta, Pequim afirmou que o apoio dos políticos dos EUA “alimentaram a violência radical em Hong Kong”. “É exatamente por causa da conivência aberta e do apoio das forças estrangeiras que os infratores violentos foram mais encorajados a desafiar a lei.”