O governo chinês está considerando intervir para frear o aumento do preço do carvão, que ameaça a segurança e o crescimento econômico do país, informou a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR).

“O atual aumento de preços se desviou completamente dos fundamentos de oferta e demanda”, afirmou a CNDR após uma reunião com líderes industriais.

Os preços “subiram rapidamente e alcançaram altas históricas, aumentando os custos de produção e afetando negativamente o abastecimento de energia elétrica e calefação”, completou a CNDR, que se comprometeu a levar os preços a “um nível razoável”.

Em um comunicado publicado na internet, a CNDR advertiu que terá “tolerância zero” e que para manter a ordem no mercado castigará “severamente” ações como disseminar informação falsa ou conluio de preços.

A segunda maior economia do mundo cresceu menos que o previsto no terceiro trimestre em parte pelo efeito de uma crise energética, de acordo com dados oficiais, no momento em que apagões afetam a produção industrial.

A crise acontece no momento em que os preços mundiais de produtos básicos crescem com o aumento da demanda, após a retomada das atividades que permaneceram fechadas durante a pandemia.

Os problemas foram exacerbados pela decisão de Pequim de reduzir as emissões de carbono e a queda nas importações de carvão da Austrália por uma disputa política.

Quase 60% da economia chinesa depende do carvão e o país luta para reduzir a dependência, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

Nos últimos meses, a China sofreu apagões generalizados que provocaram atrasaos na produção das fábricas.

As tentativas de conter os preços do carvão acontece com a aproximação do inverno, quando a população precisa do produto para sua calefação.

A China tem um estoque de 88 milhões de toneladas de carvão, suficiente para 16 dias, segundo a CNDR.