A China aprovou pela primeira vez um tratamento contra a covid-19, dois anos após a detecção da doença em seu território e em um contexto de agravamento da pandemia.

Em uma comunicação publicada na quarta-feira, a Agência Nacional de Medicamentos indica que concordou com uma “aprovação de emergência” para um tratamento chinês contra covid-19 à base de anticorpos monoclonais que aderem à proteína spike do coronavírus e reduzem sua capacidade de penetrar em células humanas.

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Ao contrário da vacina, que é preventiva, o tratamento serve para evitar complicações graves em pessoas já infectadas.

O fármaco, administrado com uma injeção, foi elaborado em conjunto pela Universidade Tsinghua de Pequim, o hospital No. 3 de Shenzhen (sul) e a empresa Brii Biosciences.

Os testes clínicos mostram que o tratamento permite reduzir em 80% as hospitalizações e o risco de morte em pacientes em estado frágil, segundo a Universidade Tsinghua.

De acordo com a imprensa local, o tratamento foi aplicado em pacientes infectados pelos recentes surtos da epidemia.

Desde a detecção do coronavírus em Wuhan no fim de 2019, a China erradicou quase por completou a circulação da covid com medidas radicais como o fechamento de fronteiras, o controle rígido dos deslocamentos e confinamentos.

O governo, que não autorizou nenhuma vacina estrangeira, afirma que mais de 70% da população está imunizada com fármacos de fabricação local.

Mesmo assim, a China registrou nos últimos meses vários surtos, embora de pequena magnitude em comparação com os graves balanços de outros países. Nesta quinta-feira, por exemplo, o país contabilizou 83 novos casos a nível nacional.