O governo da China denunciou nesta terça-feira que vários manifestantes entraram “ilegalmente” em seu consulado na cidade britânica de Manchester, um dia após a divulgação de um vídeo de um ativista pró-democracia sendo atacado dentro da representação diplomática, o que provocou críticas no Reino Unido.

A manifestação, notificada com antecedência à polícia, aconteceu no domingo, dia de abertura do 20º congresso do Partido Comunista da China em Pequim, que deve conceder ao presidente Xi Jinping um terceiro mandato.

A polícia britânica afirmou que um grupo de homens saiu do consulado durante um protesto pacífico e agarrou um dos manifestantes, que foi arrastado para as instalações do consulado e agredido.

O ministério das Relações Exteriores da China, no entanto, divulgou outra versão e culpou os manifestantes pelo incidente.

“Os agitadores entraram ilegalmente no consulado geral da China em Manchester e colocaram em perigo a segurança das instalações”, afirmou o porta-voz do ministério, Wang Wenbin.

Ele pediu ao Reino Unido que “cumpra com seriedade com seus deveres e adote medidas efetivas para melhorar a proteção dos endereços e dos funcionários da embaixada e dos consulados chineses”.

A polícia britânica iniciou uma investigação após a divulgação do vídeo da agressão, que mostra vários homens batendo em uma pessoa deitada no chão atrás da cerca do consulado.

Antes, o mesmo grupo destruiu as faixas dos manifestantes.

O ativista, identificado como Bob e natural de Hong Kong, declarou à BBC que foi agredido por homens que saíram da representação diplomática chinesa.

“Me jogaram dentro do consulado, eles me agrediram”, disse.