A China acusou “alguns países” de espalhar informações falsas em uma conferência por vídeo feita nesta sexta-feira (24) com a Rússia, quando os dois países mantêm uma estreita aliança à medida que as relações sino-americanas se enfraquecem.

A declaração da China ocorre em um momento em que o país e os Estados Unidos vivem uma escalada de tensões diplomáticas em relação a mídia, soberania territorial, diplomacia, direitos, comércio e domínio tecnológico.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China e diretora do departamento de informações da pasta, Hua Chunying, conversou com sua colega russa, Maria Zajarova, informou o ministério em comunicado na noite desta sexta.

“Ambas as partes concordam que (…) alguns países, por causa de preconceitos ideológicos ou necessidades políticas, espalharam desinformação, mentiram sobre a história (…) politizando a pandemia. Usaram o vírus para estigmatizar”, afirmou o comunicado, em referência às alegações de Washington de que Pequim teria omitido informações sobre os primeiros casos da COVID-19 e tê-los gerenciado mal.

Essas ações “envenenaram severamente a atmosfera da opinião mundial, afetaram a cooperação internacional contra o vírus e criaram obstáculos ao entendimento mútuo entre povos de diferentes países”, afirmou o comunicado.

Por sua vez, Zajarova disse que, em vez de reunir recursos para enfrentar a pandemia de coronavírus, China e Rússia tiveram que “lutar contra ataques no campo da informação”.

Esses ataques tratavam de “retórica agressiva” até “a tentativa de provocar confrontos na esfera pública”.

Os ataques “não serão bem-sucedidos”, acrescentou. “Acho que se lutarmos juntos (com a China), seremos duplamente eficazes”.

O presidente chinês, Xi Jinping, e o mandatário russo, Vladimir Putin, trocaram mensagens na última quinta-feira elogiando a cooperação no combate à pandemia, informou a emissora estatal CGTN.

A China tem acusado autoridades americanas, incluindo o secretário de Estado, Mike Pompeo, de espalhar “vírus políticos” e difamar a China, especialmente sobre as origens do novo coronavírus e possíveis influências da China sobre a Organização Mundial da Saúde.