O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, disse em evento comemorativo dos 30 anos da Constituição no Rio, que chegou a hora da política voltar a conduzir o País e de o Judiciário perder o protagonismo que ganhou nos últimos anos.

“O Legislativo legisla para o futuro, o Executivo para o presente, e o Judiciário o passado. Se tudo vai parar no Judiciário, é porque as outras instâncias falharam. Não pode tudo parar no Judiciário”, criticou em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

O ministro sugere que sejam criada outras instâncias de decisões e apontou como um motivos para o predomínio da judicialização no País o texto muito longo da Constituição brasileira, que para ele deveria ser simplificada.

Como exemplo concreto, Toffoli citou a judicialização da greve dos caminhoneiros deste ano, que, para ele, deveria ter sido resolvida entre as instâncias dos setores envolvidos.

“Será que é o Judiciário que tem que decidir greve de caminhoneiro? Ou são os setores da sociedade que têm que decidir? Mas está lá, está judicializado”, destacou. “O Judiciário tem que ser a ultima fase e não a primeira”, explicou.

Toffoli avalia que com isso o Judiciário ficou muito exposto e chegou a hora de se recolher: “É necessário que nos recolhamos, venho falando muito sobre isso”, afirmou, sem citar nomes.” Nós não somos zagueiros, somos centroavantes, não podemos ser o superego da sociedade”, afirmou.

O ministro informou ainda que pela primeira vez na história do Brasil o STF terá uma pauta definida para um exercício completo, e prometeu divulgar na próxima segunda-feira (17), a agenda de 2019. Toffoli saiu do evento sem falar com os jornalistas.