O diretor do FBI, Christopher Wray, defendeu nesta quinta-feira (7) a sua agência ante as críticas do presidente americano, Donald Trump, destinadas a desacreditar a investigação sobre o suposto conluio entre sua equipe de campanha e a Rússia na eleição de 2016.

Trump criticou a Polícia Federal no Twitter na semana passada, acusando seus agentes de estarem politicamente motivados e chamando o antecessor de Wray, James Comey, de mentiroso.

“Sua reputação ficou jogada às traças, é a pior da História”, escreveu Trump se referindo ao FBI, ao fim de uma série de mensagens sobre um oficial de alto escalão a quem acusa de apoiar sua rival democrata, Hillary Clinton.

“Minha experiência indica que a nossa reputação é realmente boa”, disse Wray ante a Comissão Judicial da Câmara baixa.

“Os agentes, analistas e a equipe do FBI são gente grande. Entendemos que seremos criticados de todos os lados. Estamos acostumados com isso”, afirmou.

Wray foi questionado se a investigação do ano passado sobre o uso por Hillary de material sigiloso em um servidor particular de e-mail e a do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio foram realizadas por investigadores contrários a Trump.

Wray admitiu a existência de uma polêmica sobre um agente do FBI supostamente pró-Hillary, que foi substituído como chefe dos investigadores na equipe de Mueller, notícia que disparou os diversos tuítes de Trump no fim de semana.

Supostamente o agente Peter Strzok teve um papel-chave na decisão adotada em julho de 2016 – em meio a uma tensa campanha eleitoral – de retirar as acusações contra Hillary.

Mueller afastou Strzok da investigação sobre a interferência da Rússia no meio do ano, depois que se tornou público o seu envio de mensagens de texto pró-Hillary a um colega. Para os republicanos isto mostraria o seu viés político nas duas investigações.

“Há todo o tipo de pessoa na equipe de Mueller que é pró-Hillary”, disse o congressista republicano Jim Jordan.

Wray se negou a discutir sobre Strzok, afirmando que sua conduta é alvo de uma investigação “externa e independente” realizada por um inspetor-geral do governo.