O chefe do Estado-Maior da França, general François Lecointre, convidou os militares que assinaram uma carta pública criticando a situação política e social a deixarem as Forças Armadas nesta terça-feira (11).

A carta foi publicada de forma anônima, portanto “o mais razoável é deixar a instituição para poder tornar suas ideias e convicções totalmente livres”, explicou o general em circular enviada a todos os militares.

A carta dos militares, que recebeu o apoio de dezenas de milhares de pessoas online, foi publicada na revista conservadora Valeurs Actuelles no domingo, e garante que a “sobrevivência” da França está em jogo por ter feito “concessões” ao islamismo.

Há três semanas, uma carta semelhante, assinada pelo alto comando, advertia que uma guerra civil estava se formando na França.

Essa carta causou um grande rebuliço no país. O primeiro-ministro Jean Castex chamou de interferência inaceitável e o general de mais alto escalão da França prometeu que os responsáveis seriam punidos.

Nesta ocasião, os militares falam anonimamente e coletivamente sobre “a sobrevivência de nosso país”.

“No Afeganistão, no Mali, na África Central ou em qualquer outro lugar, muitos de nós experimentamos fogo inimigo. Alguns de nós perderam camaradas. Eles deram suas vidas para destruir o islamismo ao qual vocês estão fazendo concessões em nosso solo”, disseram os autores.

“Durante semanas (…) a obrigação de reserva imposta a todos os militares foi amplamente violada”, alerta o General Lecointre.

Com a assinatura desta carta, os militares “contribuíram para arrastar as Forças Armadas para debates políticos em que não têm legitimidade nem vocação para intervir”, acrescentou.