Garantir que as tecnologias do Google não discriminem os consumidores. É exatamente a função de Annie Jean Baptiste, chefe de inclusão de produtos na gigante de tecnologia. Há dois anos no cargo e há 10 anos na companhia, a executiva usa a sua própria história como forma de promover o seu trabalho na empresa.

Hoje com 32 anos, Annie revela que quando era mais nova  se sentia excluída por não achar roupas de balé para o seu tom de pele. Além disso, outra demanda que sentia e não encontrava solução era não conseguir comprar curativos da sua cor, segundo o site Tilt.

Entre suas obrigações no Google está a de testar tecnologias e avaliar se elas são acessíveis e inclusivas para o usuário, preferencialmente antes do lançamento.

Na avaliação da executiva, é importante que as equipes do Google pensem quais são as características do mundo que tornam os usuários quem eles são. E com esta expertise, aplicar no processo de design do produto.

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A revisão dos sensores de câmera do Pixel, celular fabricado pela empresa, é um exemplo de seu trabalho. Um engenheiro observou que eles eram mais precisos com peles claras e falhavam em capturar fotos de pessoas com tons de pele escuros. A companhia diz ter corrigido o problema.

Outro exemplo é o programa de chamadas de vídeo, o Google Duo. A equipe de Annie conduziu testes antes do lançamento para observar se o aplicativo reconhecia rostos com tons de peles claros e escuros, independentemente do tipo de iluminação ambiente do local.

Há exemplo até nas buscas. Em 2019, se o usuário buscasse por “tranças feias”, o resultado tendia a ser tranças em pessoas negras. Se fosse buscado “tranças bonitas”, o resultado apresentava imagens de brancos. A companhia também corrigiu.

Para a chefe de inclusão, a tecnologia sozinha não é racista. O que acontece é que ela não foi testada o suficiente.