O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, prometeu nesta quinta-feira (21) “uma profunda transformação da cultura” desta agência da ONU após o escândalo dos abusos sexuais cometidos por trabalhadores humanitários na República Democrática do Congo (RDC).

Uma comissão de inquérito independente publicou um relatório em 28 de setembro alegando que 21 funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) haviam agredido sexualmente dezenas de pessoas na RDC durante a epidemia de ebola entre 2018 e 2020.

Após essa revelação devastadora, Adhanom Ghebreyesus se desculpou e prometeu um plano de ação, revelado na semana passada, mas divulgado publicamente nesta quinta-feira.

O chefe da OMS prometeu “uma dupla meta de tolerância zero diante da exploração e abuso sexual e tolerância zero diante da falta de ação”.

Em nota, ele disse estar “determinado a fazer com que o sofrimento dos sobreviventes e de suas famílias sirva para catalisar uma profunda transformação da cultura da OMS”, que conta com mais de 8 mil trabalhadores no mundo.

A agência da ONU quer “criar uma cultura na qual a exploração e o abuso sexual não sejam permitidos, na qual não haja impunidade e a inação seja encarada com tolerância zero”, acrescentou.

A OMS destinará um montante inicial de 7,6 milhões de dólares para fortalecer imediatamente sua capacidade de prevenir, detectar e responder à exploração e agressões sexuais em dez países, como Venezuela, Afeganistão e RDC.

As agressões sexuais “são sempre inaceitáveis, mas são especialmente hediondas” quando são sofridas por pessoas vulneráveis nas mãos “daqueles que deveriam protegê-las”, disse Adhanom Ghebreyesus.