O presidente do serviço de Inteligência alemão dedicado à segurança interna, Hans-Georg Maassen, disse nesta sexta-feira (7) à imprensa que não houve “caçadas coletivas” contra estrangeiros durante os distúrbios protagonizados pela extrema direita no final de agosto, em Chemnitz, contradizendo, assim, a chanceler Angela Merkel.

Também garantiu ao jornal “Bild” que “não há provas” de que o vídeo que mostra agressões contra pessoas de aparência estrangeira “seja autêntico” e se referiu a uma possível “falsa informação intencional” para desviar “a atenção da opinião pública do assassinato em Chemnitz”.

Nesta cidade do leste da Alemanha, dois solicitantes de asilo – um iraquiano e um sírio – foram detidos como suspeitos do assassinato de um homem de 35 anos. Este episódio provocou várias manifestações da extrema direita contra os migrantes na última semana, as quais deixaram vários feridos.

A chanceler Merkel havia denunciado “o ódio nas ruas” e as “caçadas coletivas” contra estrangeiros, que “não têm lugar em um Estado de Direito”.

O próprio chefe regional da Saxônia (onde fica Chemnitz), Michael Kretschmer, negou que haja “caçadas coletivas” nas ruas, ou multidões violentas, e atribuiu os distúrbios a extremistas isolados.