O estágio em madeira se tornou uma questão central no mundo do vinho. Nos últimos tempos, enólogos do mundo todo passaram a substituir as tradicionais barricas bordalesas de 225 litros por outros tipos de recipiente para “afinar” o vinho entre o fim da fermentação e o envase em garrafa. Ânforas de cerâmica, ovos de concreto, taques de epóxi e mesmo barricas de maior litragem passaram a figurar nas vinícolas como recursos adicionais para a obtenção de vinhos menos “amadeirados”. Afinal, reduzir o contato da bebida com a superfície de madeira diminui o aporte de aromas terciários como baunilha, coco, tabaco, café, chocolate e tantos outros. Ainda que a escolha de novos processos possa trazer benefícios ao estilo de vinho que se busca, não faz sentido abandonar as práticas que se consagraram por gerações de produtores. Usar a madeira para chegar a um ótimo Chardonnay é uma delas. Foi assim que os produtores da Califórnia – e de quase todo o novo mundo – chegaram às suas melhores versões desse varietal. E quando um rótulo evidencia a escolha da barrica de carvalho (oak barrel, em inglês), é de se esperar que ele atenda a expectativa do consumidor que aprecia a tradição.

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Lançado na quarta-feira (16), pela Amitié,  em um almoço em São Paulo, o Chardonnay Oak Barrel 2020 chega ao mercado com um reconhecimento e tanto: medalha de ouro no concurso Chardonnay du Monde, na Borgonha, região conhecida tanto por seus excepcionais vinhos elaborados com a tinta Pinot Noir quanto pela qualidade dos rótulos com a rainha das uvas brancas.

Amitié - Oak Barrel -Chardonnay
O Chardonnay Oak Barrel tem tiragem limitada de 6,5 mil garrafas numeradas e chega ao consumidor por R$ 139,00

A conquista, anunciada em primeira-mão para a crítica especializada durante a degustação, se soma a outras 30 premiações da Amitié em seus poucos anos de vida. E confirma as boas escolhas da empresa criada pelas amigas Andreia Gentilini Milan (sommelier e consultora) e Juciane Casagrande Doro (enóloga), ambas com longa experiência no setor. Para este ano, a previsão da dupla é vender 400 mil garrafas – isso, mesmo sem ter nem vinhedos e nem uma vinícola própria. Ainda, pois a inauguração da sede no Vale dos Vinhedos está prevista para o fim deste ano.

A Amitié produz seus vinhos em parceria com vinícolas de diversas regiões brasileiras (especialmente no Sul, mas também no Sudeste e Nordeste) sempre buscando produtos singulares, de qualidade e a preços acessíveis. Tem como principal parceira a Cooperativa Vinícola São João, fundada em 1931, em Farroupilha. E foi por meio do enólogo da cooperativa que Juciane e Andreia chegaram às uvas que deram origem a esse Chardonnay barricado. São uvas da Campanha Gaúcha, onde o clima mais seco e com grande amplitude térmica favorece a maturação para brancos e tintos. No caso do Oak Barrel, que chega ao consumidor por R$ 139,00, há um ótimo equilíbrio entre acidez e untuosidade, com aromas de frutas amarelas (especialmente abacaxi) complementados por notas da evidente passagem por barrica (caso da baunilha). “Não é um vinho para servir à beira da piscina”, afirmou a enóloga Juciane. Gastronômico, ele harmoniza perfeitamente com pratos à base de peixes e frutos do mar. À venda no e-commerce da Amitié e mais 1 mil pontos em todo o Brasil.

Além do lançamento da Amitié, o Brasil teve mais três medalhas no Chardonnay du Monde 2022. A Cooperativa Vinícola Garibaldi ganhou ouro com seu espumante Brut 100% Chardonnay e prata com o Acordes Gran Reserva Chardonnay 2020. A Miolo ficou com a prata pelo Cuvée Giuseppe Chardonnay 2020 com DOVV (Denominação de Origem Vale dos Vinhedos).