O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou os Estados Unidos, nesta segunda-feira (25), de organizarem um “golpe de Estado” na Venezuela, mas não explicou a chegada de militares russos a Caracas.

Em um encontro com seu colega americano, Mike Pompeo, Lavrov “ressaltou que as tentativas de Washington de organizar um golpe de Estado na Venezuela e as ameaças dirigidas a seu governo constituem violações à Carta da ONU e uma ingerência não dissimulada nos assuntos internos de um Estado soberano”, apontou o Ministério em um comunicado.

Pouco antes, Pompeo havia acusado a Rússia de agravar as tensões na Venezuela com sua presença militar para apoiar o “regime de Nicolás Maduro” e alertou que Washington “não vai ficar de braços cruzados”.

Dois aviões das Forças Armadas da Rússia aterrissaram no sábado no aeroporto internacional de Maiquetía, que serve a Caracas, transportando pessoal militar e equipamentos, confirmou no domingo a agência estatal russa Sputnik.

Lavrov não fez comentários a esse respeito.

Os Estados Unidos e mais de 50 países promovem a saída de Maduro, cujo novo mandato é considerado resultado de eleições fraudulentas, e reconhecem como presidente interino Juan Guaidó, também chefe do Parlamento, com o objetivo de liderar um governo de transição e organizar novas eleições.

A Rússia, que junto com a China é um dos principais credores da dívida externa multimilionária da Venezuela, opõe-se à campanha de Washington para sancionar Maduro.