O lançamento da Tiger, pelo Grupo Heineken, confirma uma tendência de amadurecimento e mudança no mercado brasileiro de cervejas. O segmento mainstream de puro malte cresce anualmente, com diversas marcas e cervejarias buscando seu espaço com preços médios e que mantenham um diferencial de qualidade e sabor.

A Tiger foi criada em Singapura, em 1932, conquistou mais de 40 prêmios internacionais, entre eles o International Beer Awards, e já está presente em mais de 50 países. A aposta é em uma bebida caracteristicamente asiática, marcada por amargor médio e pela refrescância.

+ Ambev reajusta cervejas e deve puxar preços de outras marcas, diz Abrasel
+ Ilegal em parte dos EUA, cerveja com 28% de teor alcóolico custa mais de R$ 1.200

A Tiger asiática tem duas marcas. A receita que chega ao Brasil é originalmente da Tiger Cristal. A cerveja foi lançada em algumas regiões do País e deve ter alcance nacional já no início de 2022, segundo o diretor de marketing da Tiger, Renan Ciccone.

“A Tiger chega para reforçar o portfolio da Heineken no mercado de mainstream puro malte, que representa 17% do mercado nacional”, diz Ciccone, que explica que Amstel e Devassa completam o portfolio da Heineken ao setor.

Segundo dados da Nielsen, o segmento de cervejas puro malte cresceu 39% desde o início de 2020. A pandemia causada pelo coronavírus também incentivou o consumo de cerveja. Segundo o Euromonitor, o volume de vendas de cerveja no Brasil em 2020 foi o maior dos últimos seis anos, atingindo 13,3 bilhões de litros – atrás apenas de 2014, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo. A venda de cervejas teve crescimento anual de 5,3% em 2020, contra avanço de 3,5% em 2019.

“O mercado de cervejas puro malte tende a crescer e estabilizar em algum momento. Mas com a maturidade que o mercado brasileiro alcançou nos últimos 10 anos, as pessoas passaram a entender o que é uma cerveja puro malte, uma lager. Ainda tem muito espaço para crescer”, afirma Ciccone.

Segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil registrou 1.383 novas cervejarias em 2020, aumento de 14,4% em relação ao ano anterior. Os dados de mercado indicam que o brasileiro busca novas experiências com cerveja – e há espaço para novas empreitadas.

Público da Tiger
Com três cervejas no segmento de mainstream puro malte, a ideia da Heineken é desenolver um portfolio inteligente e oferecer variedade ao consumidor. Caso uma pessoa se interesse por uma cerveja puro malte, a chance de querer provar outras desse tipo é grande.

“Todo mundo concorre com todo mundo, mas quando a gente escolhe uma estratégia de portfolio é para que elas se complementem”, explica Ciccone.

A Tiger foca em um público que busca qualidade aliado a preços médios, diferentemente das chamadas “cervejas de entrada”, que possuem preços mais populares e levam milho em sua composição de malte, misturado ao da cevada.

A nova cerveja almeja um público amplo e fiel às cervejas puro malte, mas possui uma característica “super urbana”. “O que buscamos em nossa comunicação é coragem, resiliência e atitude, que é como a gente busca falar com o brasileiro. Faz sentido comunicar isso no momento em que estamos”, argumenta o diretor de marketing da cervejaria. “É uma marca urbana, voltada para as pessoas que encaram de frente seus desafios. Para a marca, não importa de onde você vem, mas sim onde quer chegar”, finaliza Ciccone.

A Tiger é produzida em lata (350 ml), garrafa (600 ml) e em barril de 50 litros nas fábricas Heineken de Pacatuba (CE) e Itu (SP).