O CEO da Huawei, Ren Zhengfei, reprovou a ideia da China retaliar a Apple em resposta as sanções e dificuldades impostas pelo governo dos Estados Unidos à companhia de telecomunicação asiática. Em entrevista à Bloomberg, o empresário defendeu e elogiou a rival.

“Antes de tudo, isso não acontecerá, e depois, se acontecer, eu serei o primeiro a protestar”, disse ele. “A Apple é minha professora, está avançando na nossa frente. Como estudante, por que eu deveria me opor à minha professora?”.

O departamento de comércio dos EUA colocou a Huawei na lista de empresas que companhias nacionais devem requerer autorização especial para fazer negócios, com base em leis de segurança interna. A medida foi usada pelo Google como justificativa para romper o fornecimento do sistema Android aos smartphones da chinesa. Na última semana, a Microsoft também retirou os notebooks da Huawei da sua loja virtual.

Para analistas do mercado, a ação dos norte-americanos ameaça o constante crescimento da Huawei em se tornar a maior fabricante de smartphones no mundo. A companhia já ultrapassou a Apple e perde a liderança apenas para a sul-coreana Samsung. No mercado chinês – o maior do mundo -, a Huawei teve alta de 41% nas vendas do primeiro trimestre, enquanto a rival Apple teve baixa de 30% no mesmo período, segundo dados da Canalys.

Boa parte do impulso foi parte de uma campanha anti-Estados Unidos iniciada pelo governo da China após as primeiras rusgas entre a Huawei e os norte-americanos, no segundo semestre do ano passado. A escalada da guerra comercial entre os dois países também reflete diretamente no mercado. No mês passado, o CEO da Apple, Tim Cook, se mostrou preocupado com a situação e disse que as vendas do iPhone na China devem melhorar na mesma proporção que avançarem as negociações entre Pequim e Washington.