NOVA YORK (Reuters) – Executivos de bancos norte-americanos expressaram nesta terça-feira preocupações sobre o impacto de um período sustentado de inflação mais alta, aumentando a pressão sobre o banco central para apressar os planos de desacelerar o ritmo de suas compras de ativos.

O presidente executivo do Wells Fargo, Charlie Scharf, disse em uma conferência que o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) pode precisar agir mais rapidamente para lidar com os temores em torno da inflação, enquanto o chefe do Goldman Sachs, David Solomon, disse prever um período de inflação mais alta.

“É preciso argumentar que eles (o Federal Reserve) deveriam estar se movendo mais rapidamente do que estão”, disse Scharf na Conferência de Serviços Financeiros do Goldman Sachs.

“A inflação é muito, muito real”, acrescentou. “Os preços estão significativamente mais altos para insumos na maioria das indústrias. A escassez de mão de obra e os aumentos salariais são extremamente reais. Se vai continuar por vários anos não é tão relevante, mas isso certamente terá um impacto no próximo ano ou depois.”

Solomon, do Goldman Sachs, prevê que a inflação será mais alta por um período, mas não espera uma repetição da elevação de custos vista na década de 1970, disse ele em entrevista à CNBC.

“Há uma chance razoável de que tenhamos uma inflação acima da tendência por um período, mas isso não significa que tenha que ser como nos anos 1970.” “Você tem que ser cauteloso e gerenciar seus riscos de forma adequada.”

Solomon reconheceu a “incerteza” nos mercados financeiros globais devido a fatores que incluem a variante Ômicron da Covid-19 e dúvidas sobre o ritmo em que o Fed e outros bancos centrais reduzirão suas compras de ativos.

(Por Matt Scuffham)

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