O CEO da Zoom, Eric Yuan, disse nesta terça-feira (16) que a pandemia do coronavírus acelerou o processo de expansão global do serviço de videochamada em uma escala que a empresa não esperava. Mas os efeitos desse crescimento podem não ser duradouros. Ainda assim, o bilionário sino-americano acredita que o home office e a comunicação através dos meios digitais são a nova tendência e quem ganha com isso é o mundo dos negócios.

Para o executivo, as empresas perceberam o potencial e as possibilidades que as ferramentas digitais deram para a produtividade dos trabalhadores e isso deve afetar o mercado daqui para frente.

“Essas ferramentas podem ajudar os empregados a trabalharem de casa ou de qualquer lugar. Essa é a nova tendência. Ninguém tinha essa percepção antes, mas agora todo mundo percebeu que funciona. É por isso que acredito que serviços como o Zoom vão ficar e ser o novo mainstream’.”

Em um webinar com o Itaú BBA, Yuan explicou que há menos de três anos, cerca de 80% da receita da Zoom – sediada em San José, na Califórnia – vinha do mercado norte-americano. No período pré-pandemia, a empresa vinha em um processo de crescimento normal, mas acabou explodindo desde janeiro, quando o vírus tomou a China e se espalhando pelo mundo.

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No último dia 2, o anúncio do resultado trimestral da empresa foi muito superior às projeções do mercado. A companhia teve um lucro líquido de US$ 27 milhões, alta de 1.127% na comparação com o mesmo período de 2019. A receita saltou 169%, para US$ 328,2 milhões, contra US$ 122 milhões do ano passado e ficou acima dos US$ 230 milhões que os analistas haviam projetado.

“Essa crise acelerou nossa expansão mundial. Se você pegar países como a Índia e o Japão, por exemplo, antes da pandemia nós tínhamos poucos usuários e agora, com a crise pandêmica, só estamos aumentando. Nós recebemos muitos usuários e provavelmente vamos perder um pouco após a crise, mas essa é uma grande oportunidade para nós”, disse o executivo da Zoom, que conta com uma base de usuários ativos na casa das 300 milhões de pessoas.

Sem sede

O empresário projeta que dificilmente todas as operações das empresas serão feitas com os funcionários em casa. Por isso, aposta ele, um modelo híbrido, com a liberação do home office duas vezes na semana e o resto no escritório, pode acabar se tornando o novo padrão.

Ainda assim, Yuan afirma que para quem quer iniciar um novo negócio, não ter um escritório para trabalhar é algo completamente aceitável e algumas empresas nos Estados Unidos já estão adotando esse caminho.

“Se eu começar uma empresa hoje, não vou precisar de um único escritório físico. Todo empregado pode trabalhar remotamente e em qualquer do mundo. Algumas empresas no Vale do Silício, como o Zapier, estão indo muito bem e sem escritórios físicos”, indicou o CEO da Zoom.

Veja abaixo a íntegra do webinar: