O CEO da SLC Agrícola S.A, um dos maiores grupos agrícolas do Brasil, Aurélio Pavinato, foi o convidado da live da IstoÉ Dinheiro, nesta quinta-feira (25). Responsável pelo cultivo de soja, milho e algodão em mais de 450 mil hectares em 16 propriedades, todas elas no cerrado brasileiro, o executivo da empresa avalia que os resultados da safra 2019/20 foram espetaculares. Na entrevista, ele analisa o momento atual do agronegócio, traça cenários futuros do segmento e discute sobre as tendências de mercado e os impactos das inovações tecnológicas no dia a dia do campo. “Nos próximos 20 anos, o Brasil vai dobrar sua produção agrícola”, calcula.

Com matriz em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a SLC Agrícola foi uma das primeiras empresas do setor agrícola a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo, tornando-se uma referência no seu segmento. Otimista com os pés cravados na terra, Pavinato entende que a conjuntura da pandemia no último ano, atrelado à crise econômica, não afetou o agribusiness. Pelo contrário. No caso do Brasil, a depreciação cambial acabou beneficiando o setor agrícola. Em resumo, diz ele que a safra 2019/20 foi melhor do que foi previsto inicialmente e que a perspectiva para a próxima e futuras safras também são muito promissoras. “A demanda internacional está muito consistente. A expectativa é de preços ainda melhores”, avalia.

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Para o executivo, o bom momento do agronegócio brasileiro está ligado aos preços altos, a forte demanda internacional aliados à gestão eficiente, com base em inovação, e ao pilar: performance de produtividade e custo de produção. Os números mostram que o executivo não blefa. A empresa dirigida por Pavinato teve um crescimento no lucro líquido no ano passado de 62,2% (R$510,9 milhões). “Trabalho muito forte em gestão de pessoas, custo e produção. Pessoas bem treinadas e satisfeitas fazem o trabalho com satisfação.”

Na live, ele fala das estratégias de ESG e gestão adotadas nas fazendas, além de detalhar algumas das inovações tecnológicas que ajudam a aumentar a produtividade, gastando menos e com mais qualidade. “O mundo desenvolvido valoriza mais a sustentabilidade que o subdesenvolvido”, diz. Na conversa, ele explica o impacto das tecnologias digitais na agricultura de precisão, como o uso de drones para definir aplicação de defensivos agrícolas e a rastreabilidade dos produtos, como o algodão. “Dar o remédio para o paciente doente, não para todos.” Pavinato explica que uma questão geracional tem contribuído para a inovação. “O Brasil é muito inovador no agronegócio por causa da chegada dos jovens ao campo.”

O presidente da SLC Agrícola debate sobre sobre créditos agrícolas, títulos verdes, programas de estágio e trainee na empresa. Também destaca o processo de compra da fazenda Terra Santa, no Mato Grosso, que levará a empresa a se tornar a maior produtora de soja do mundo. A transação, avaliada em R$ 500 milhões, foi anunciada em novembro e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em janeiro. A assinatura final do contrato é aguardada, pelo mercado, para as próximas semanas. “O nosso sonho grande é impactar positivamente as gerações futuras sendo líder mundial em eficiência no negócio agrícola, respeitando o Planeta”, conclui.