O executivo-chefe da Nissan, Makoto Uchida, disse nesta terça-feira (18) que aceitaria ser demitido se não reerguer a segunda maior montadora do Japão – em crise após o mega escândalo envolvendo seu ex-presidente, Carlos Ghosn.

Segundo informou a Al Jazeera, Uchida precificou seu cargo na assembleia de acionistas da Nissan após sofrer muita pressão para cortar salários de executivos e, inclusive, oferecer recompensa para quem trazer Ghosn de volta ao Japão.

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O ex-presidente da montadora fugiu do Japão no final de 2019 para o Líbano. Ele sofre acusações de fraude fiscal e estava em prisão domiciliar até fugir.

Uchida, que assumiu o controle da Nissan em dezembro, é o terceiro CEO da montadora desde setembro e apesar da fala compromissada, não colocou um prazo para melhorar o desempenho da companhia.

Além do escândalo global envolvendo Ghosn, a Nissan passa pela maior crise nos últimos anos. As ações da empresa estão com o menor valor de mercado em mais de uma década.

Na semana passada, a montadora reduziu sua perspectiva de dividendos para o menor desde o resultado fiscal de 2011. O movimento acompanhou a queda nas vendas de carros e fez a empresa registrar seu primeiro prejuízo líquido trimestral em anos.