A possibilidade de instalação de aplicativos no iPhone sem ter de passar pela App Store nunca irá acontecer.  A afirmação é do CEO da Apple Tim Cook , em entrevista para a conferência de tecnologia VivaTech.

O assunto veio à tona na conversa por conta de dois projetos de lei da União Europeia: Digital Services Act (DSA) e Digital Markets Act (DMA). Em resumo, ambas consistem em uma proposta de regulamentação do setor de tecnologia, principalmente no que diz respeito à atuação das grandes companhias do setor.

No caso da Apple , a lei DMA forçaria a companhia a permitir o side-loading no iPhone , isto é, possibilitaria ao usuário instalar um software manualmente, sem depender de uma loja de apps para isso — pelas vias oficiais, o usuário só pode instalar aplicativos em seu aparelho via App Store .

+ Regulador britânico mira domínio de Apple e Google em sistemas de telefonia móvel

+ iPhone 13: Próxima geração Apple pode vir sem qualquer tipo de botões físicos

A imposição da App Store é tida como abusiva por muitos desenvolvedores de aplicativos. Para eles, a Apple utiliza a loja para monopolizar o segmento, razão pela qual o assunto já rendeu numerosos processos judiciais.

O exemplo mais emblemático de processo judicial é o da disputa entre Apple e Epic Games . As duas companhias se enfrentaram nos tribunais em maio, mas o veredito do processo poderá levar meses para sair.

Na visão de Tim Cook , as leis DSA e DMA têm elementos positivos para o mercado, mas afrouxar as restrições para instalação de aplicativos não é uma delas. No iPhone , essa abertura prejudicaria o usuário nos aspectos da privacidade e segurança, de acordo com o executivo.

“Olhe para a questão dos malwares como exemplo. O Android tem 47 vezes mais malwares do que o iOS. Por que isso acontece? Porque nós projetamos o iOS para que exista uma App Store e todos os aplicativos sejam revisados antes de serem disponibilizados na loja. Isso contribui para manter malwares fora do nosso ecossistema”, disse ele.