O CEO da 3M, Marcelo Oromendia, foi o convidado da live da IstoÉ Dinheiro nesta segunda-feira (26). Na entrevista, o executivo falou de gestão de pessoas, diversidade e inovação. Com os olhos voltado para o Planeta Terra, ele analisou a crise do mundo dos negócios e da 3M. Para Oromendia, o lucro social da empresa foi mais importante que os números frios do capital. Ele diz na conversa que a demanda imposta pela pandemia do coronavírus acelerou diversas empresas na direção da economia regenerativa. E entende que essa é uma revolução silenciosa, que não tem mais volta, especialmente no Brasil. “Quando o cérebro é exposto a uma determinada realidade, ele não volta mais atrás”, diz.

O conceito de negócios regenerativos propõe uma abordagem mais sustentável – no sentido amplo da palavra. A ideia é que as empresas concentrem esforços em transações capazes de gerar lucro, mas também impacto positivo no ecossistema em que estão inseridas. Ou seja, na aceleração da mudança transformacional, aliada às demandas ambientais, econômicas e sociais. “A pandemia nos ajudou a nos entender melhor; nos acordou para a sustentabilidade, que é diversidade de inclusão. Lideranças muito mais humanas”, avalia.

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Na live, ele cita vários exemplos de impactos positivos dos negócios junto às pessoas e ao planeta, protagonizados pela 3M desde que a covid-19 começou a avançar no Brasil, a companhia somou R$ 4,8 milhões em doações para apoiar a sociedade. O esforço envolve desde o mais básico, que é prover alimentos e doar máscaras de proteção aos profissionais da saúde e setores essenciais, até ações mais complexas, como buscar em suas matérias primas soluções para fabricar itens necessários nos hospitais e parcerias tecnológicas. Para boa parte dos empresários dá-se a essas ações o nome de generosidade corporativa. Aos olhos e pensamentos de Oromendia é muito mais que isso: é sentimento de pertencimento.

Argentino, apaixonado pelo Brasil, o executivo está na empresa há mais de 35 anos e nestes anos de experiências assumiu desafios em diferentes áreas, como divisões de produtos para saúde, automóveis e em diferentes países, como EUA, Argentina e recentemente a China. É com esse olhar que mira o mundo que ele faz as análises dos negócios na pré e pós pandemia. Para ele, a retomada do crescimento econômico no País está bem acelerada. “É incrível a retomada da economia. Nunca vendemos tantas máscaras. Não é milagre. Foram ferramentas ideais que os governos colocaram à disposição das empresas”, comemora.

Oromendia avalia que entre os desafios que as companhias brasileiras enfrentam para inovar está a baixa conexão entre as indústrias com as universidades e parques tecnológicos. “Empresas que não olham para startups estão condenadas ao fracasso”, conclui.

Com cerca de 96 mil funcionários, a 3M atingiu US$ 32 bilhões em vendas globais em 2019. No Brasil, alcançou faturamento bruto de R$ 4,3 bilhões com cinco fábricas instaladas no Estado de São Paulo, além da empresa 3M Manaus, instalada no Amazonas.

Quando a pauta é sobre a diversidade, ele, com efeito, corta a própria carne. “A sociedade que nós servimos, não está representada dentro da nossa companhia. Melhoramos muito, mas há muito mais a se fazer”, conclui.