São Paulo, 26 – As usinas do Centro-Sul do Brasil processaram 42,46 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de maio da safra 2020/21. O volume é 8,76% maior do que o total de 39,04 milhões de toneladas moídos na mesma quinzena do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 26, pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e apontam, ainda, para um aumento de 21,67% na moagem acumulada desde o início da safra ante igual período da temporada anterior, com 103,02 milhões de cana processadas.

Segundo a Unica, 235 empresas estavam em operação até 16 de maio, das quais 21 iniciaram a safra na primeira quinzena do mês. Na mesma data do ciclo passado, 240 unidades industriais estavam em plena atividade. A expectativa é de que mais 10 unidades iniciem a safra na segunda metade de maio e outras 12 usinas comecem as atividades no início de junho. Do total de usinas em atividade, 40 fabricam exclusivamente etanol, com 4 delas utilizando milho como matéria-prima para o biocombustível. “Essas unidades que não produzem açúcar foram responsáveis por 15% da moagem e 32% da produção de etanol”, disse a entidade em comunicado.

Com 47,23% da oferta total de cana destinada ao açúcar e 52,77% ao etanol, a produção do adoçante foi de 2,5 milhões de toneladas na primeira metade de maio, alta expressiva de 55,80% sobre igual período de 2019, quando a produção foi de 1,61 milhão de toneladas. A fabricação do biocombustível somou 1,823 bilhão de litros na primeira quinzena de maio, o que corresponde a uma alta de 0,55% ante igual período da safra passada. Nos primeiros 16 dias de maio na safra 2020/21, foram produzidos 1,32 bilhão de litros de hidratado, alta de 5,37%. Por outro lado, a produção de anidro na primeira quinzena do mês recuou 10,21%, passando de 561 milhões de litros produzidos em igual período do ano passado para 504 milhões de litros.

O teor de sacarose na cana, medido na quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 130,82 quilos (kg) na primeira metade de maio, 9,25% superior ao registrado no mesmo período da safra passada.

Com esses resultados, a moagem acumulada na safra 2020/21, que se iniciou em abril, chega a 103,019 milhões de toneladas, aumento de 21,67% ante o volume processado na safra anterior. Do total, 45,31% da cana moída foi destinada à produção de açúcar, que cresceu 83,88% em relação ao ano passado, para 5,492 milhões de toneladas. Já os outros 54,69% da cana processada foi utilizada para fabricação de etanol, que chegou a 4,399 bilhões de litros desde o início de abril, incremento de 8,57% na comparação interanual.

Para o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, “o incremento de 2,5 milhões de toneladas na produção de açúcar observada até o momento reflete a tendência de uma safra açucareira em virtude da pior remuneração do biocombustível em relação ao adoçante e do avanço da colheita em função das condições climáticas favoráveis”. A produção também reflete o aumento na procura pelo açúcar brasileiro no início desta safra, de acordo com o executivo. Os efeitos da pandemia do novo coronavírus e a queda nos preços do petróleo por causa de disputas entre Rússia e Arábia Saudita levaram a uma retração abrupta na demanda e nas cotações do biocombustível, tornando a produção do adoçante mais remuneradora para as usinas.