Centenas de pessoas que perderam o emprego em Miami devido aos efeitos na economia da pandemia do novo coronavírus enfrentaram por horas uma longa fila para obter um formulário em papel que permite dar entrada no auxílio-desemprego, após um problema no site onde o benefício é processado.

A página na internet do Departamento de Oportunidades Econômicas da Flórida (DEO), o escritório que processa pedidos de auxílio-desemprego neste estado americano, não estava preparada para receber o grande número de solicitações que a crise da Covid-19 gerou.

Por pelo menos duas semanas, o site apresentou problemas e o serviço por telefone não conseguiu absorver a demanda.

Como alternativa, era possível fazer o download de um formulário em papel para os candidatos preencherem manualmente e enviarem por correio.

Uma alternativa inicialmente simples, mas em uma sociedade altamente digitalizada como a dos Estados Unidos, e onde empresas e escritórios também estão fechados, muito poucos têm acesso a uma impressora.

É por isso que, desde a terça-feira, as autoridades de Hialeah, um bairro de maioria de origem cubana no oeste de Miami, distribuíram cópias impressas do formulário para pessoas que estavam em longas filas, que davam volta no quarteirão.

“Estou quase dois meses sem trabalhar. Trabalhei em uma loja e eles a fecharam”, disse Sara Santos, 42 anos, que chegou por volta das 7 da manhã e estava há pelo menos cinco horas aguardando atendimento.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse na segunda-feira que o DEO obteve 72.000 servidores adicionais para que seu site possa processar solicitações em excesso.

De 15 de março a 5 de abril, 520.000 residentes da Flórida solicitaram auxílio-desemprego, disse Ken Lawson, diretor executivo do DEO da Flórida.

Em comparação, 326.000 residentes solicitaram essa assistência ao longo de 2019.