OCTÁVIO DE BARROS
Diretor de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco
Projeções para dezembro de 2009:
Taxa Selic: 14,75%
Inflação: 4,5%

COMENTÁRIO: Crise de confiança não demora muito tempo: resolve-se para o bem ou para o mal. O cenário externo contribui para desacelerar a economia brasileira, mas o ciclo de alta da Selic não terminou. Ela deve receber mais duas injeções de 0,5 ponto percentual este ano, porque ainda há indícios de inflação. A boa notícia é que o ciclo de queda pode começar em meados do ano que vem. Para 2009, a inflação projetada é de 4,5%, com o crescimento do PIB de 3,5%, uma queda em relação ao 5,2% deste ano. O maior benefício será a normalização do acesso a linhas de crédito no Exterior. Elas não serão abundantes, mas estarão mais baratas do que as oferecidas neste momento. Isso vai ajudar o câmbio a se apreciar um pouco. No day after da crise, o Brasil está bem posicionado para receber recursos. As companhias nacionais estão baratas.

ALEXANDRE PÓVOA
Sócio-diretor do Modal Asset
Projeções para dezembro de 2009:
Crescimento do PIB brasileiro: 3,5%
Dólar: R$ 1,75 a R$ 1,80

COMENTÁRIO: O plano americano é enorme e capaz de evitar o risco sistêmico. O crescimento mundial deve cair de 4,5% para 2%. A queda não é desprezível, mas também não é uma débâcle. No Brasil, a previsão é do PIB em torno de 3,5%. As exportações vão cair e o dólar vai se equilibrar entre R$ 1,75 e R$ 1,80. O crédito vai desacelerar, com os cuidados que os bancos já estão tomando, e o Banco Central pode ter um ciclo de aperto monetário mais curto. A retomada da queda dos juros pode ser antecipada para o início do segundo semestre do ano que vem. A Bolsa vai se recuperar lentamente, mas é difícil o Ibovespa voltar ao patamar de otimismo exagerado do início do ano.

JUAN JENSEN
Coordenador da área macroeconômica da Tendências Consultoria
Projeções para dezembro de 2009:
Taxa Selic: 14,75%
Risco-país: cerca de 200 pontos

COMENTÁRIO: Nossa expectativa está dividida em 60% de possibilidade de resolução da crise, 30% de pessimismo com o pacote e 10% otimista, com todas as condições voltando melhores do que estavam antes da crise. No cenário predominante, os bancos estão sendo mais seletivos com o crédito, o que deve provocar duas altas de 0,5 ponto percentual na Selic até o final de 2008. Para o próximo ano, o dólar deve ficar em torno de R$ 1,70 e o PIB, em 3,8%. Os títulos brasileiros são precificados conforme o nível de risco dos investidores e, sem recessão, devem ficar ao redor de 200 pontos ou abaixo disso.

ELSON TELLES
Economista-chefe da Concórdia Corretora
Projeções para dezembro de 2009:
Crescimento do PIB brasileiro: 3,5%
Inflação: 5%

COMENTÁRIO: O pacote do governo Bush tem que ser aprovado pelo Congresso americano para não acontecer o caos. O Brasil está mais resistente, mas não imune. Este ano, ainda estamos fora do ciclo e a demanda interna continua predominando. O PIB vai desacelerar de 5,3% este ano para 3,5% no ano que vem. A crise ajuda o Banco Central a suavizar o aperto monetário, com previsão de Selic a 14,75% no final de 2008. A inflação, que vinha sendo pressionada pelo preço das commodities e pela demanda do crédito, está dando um refresco. Deve cair de 6,1% para 5% ao ano, em 2009. Não se pode esquecer que o caminho vai ser longo, com impactos nas economias americana e no resto do mundo.