Especialistas em doenças infecciosas do Hospital Vall d’Hebron de Barcelona, ​​na Espanha, conseguiram ativar células ‘natural killer’, linfócitos do sistema imunológico que matam células infectadas por vírus, bactérias ou tumores, usando uma nova técnica com nanopartículas de ouro contendo anticorpos que poderiam ajudar a eliminar os reservatórios do HIV.

As células ‘natural killer’ são um tipo de linfócito do sistema imunológico importante para reconhecer e eliminar células infectadas por vírus ou bactérias, antes que a infecção se espalhe ainda mais, e também células tumorais. No caso das células infectadas pelo HIV, essas células ‘assassinas’ desempenham um papel fundamental na sua eliminação e são especialmente ativos no início da infecção.

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Porém, como se trata de uma infecção crônica, com o tempo, as células assassinas param de responder bem e se esgotam. A Dra. María José Buzón, chefe da linha de Pesquisa Translacional do HIV no grupo de pesquisa de Doenças Infecciosas do VHIR, afirmou ao jornal catalão ABC, que o objetivo é encontrar novas terapias que aumentem sua atividade para que atuem novamente como no início da infecção.

Para reativar as células ‘natutal kiler’, os pesquisadores desenvolveram nanopartículas contendo dois tipos de anticorpos. Um desses tipos reconhece a proteína CD16, que é encontrada na superfície das células NK, e o outro tipo reconhece a proteína gp120, que é expressa pelas células infectadas e ajuda as células natural killer a se ativarem de maneira mais eficiente e a eliminar a infecção.

Os resultados do estudo mostram que as células NK são capazes de desencadear uma resposta citotóxica contra as células infectadas e de eliminar os reservatórios celulares do HIV no tecido linfóide humano e nas culturas de células sanguíneas.

Segundo a publicação, os pesquisadores trabalham na busca de anticorpos biespecíficos, capazes de reconhecer tanto células infectadas quanto ‘natural killers’ ao mesmo tempo para facilitar essa união, embora sem o uso de nanopartículas.

As nanopartículas polarizadas que têm sido utilizadas para estudar a união entre células ‘natural killer’ e células infectadas pelo HIV são uma tecnologia que pode se tornar, segundo Maria José Buzón, uma nova plataforma de pesquisa com um amplo espectro de aplicações, como, por exemplo, no câncer.