Depois de muitos anos de estudo, o diretor de neuroengenharia da Universidade de Miguel Hernandez, na Espanha, Eduardo Fernandez, conseguiu o que poucos acreditavam ser possível. Sua paciente, Bernardeta Gómez, voltou a enxergar, segundo o site MIT Technology Review.

Fernandez, a grosso modo, instalou um olho biônico em Bernardeta. Foi o primeiro experimento do acadêmico de implante do equipamento em um humano. A paciente perdeu a visão após uma neuropatia óptica tóxica, que destruiu os feixes de nervos que conetam os seus olhos ao cérebro, há 16 anos.

A nova visão de Bernardeta era em baixa resolução. Ela enxergou alguns pontos de luz se movimentando. Mas foi o suficiente para a paciente identificar muita coisa. Ela detectou luzes de teto, cartas, formas básicas impressas em papel e pessoas.

O equipamento é uma espécie de óculos com uma câmera conectada ao computador, que processa as imagens capturadas em sinais eletrônicos. Essas mensagens chegam, por meio de um cabo, a um receptor encaixado, cirurgicamente, na parte de trás do crânio da paciente.

Esses sinais passam do receptor para um implante com 100 eletrodos ligados ao córtex visual de Bernardeta.

A experiência durou cerca de seis meses. O sistema imunológico quebra os eletrodos implantados, que foram cercados pelo sistema cicatricial da paciente. Isso enfraquece o sinal, diz Fernandez, que garante que serão necessários estudos para controlar essa proteção do corpo humano e degradação do equipamento.