O Casa Real, da Viña Santa Rita, é um dos grandes vinhos de Chile. E este tinto era elaborado, até um ano atrás por uma mulher, a enóloga Cecilia Torres. Foi ela quem lançou a primeira safra deste cabernet sauvigon, em 1989, muito antes de surgirem muitos dos grandes tintos do país andino. Em 2009, Cecilia passou a cuidar exclusivamente do Casa Real, incluindo viajar o mundo para divulgá-lo, deixando os demais vinhos da Santa Rita para os outros enólogos do grupo. Eu a conheci, por exemplo, em uma degustação de uma prova vertical (com várias safras) no Encontro de Vinho do Espírito Santo, no início dos anos 2000.

Quando deixou a empresa, sem alarde e discreta como ela sempre foi, Cecilia decidiu tirar um sabático e dedicar-se a duas novas atividades: a maratona e o estudo de filosofia. Agora, por exemplo, ela está de malas prontas para a Toscana, onde vai passar um mês curtindo os seus novos hobbies. Dos vinhos, ela conta que está feliz e que está em um projeto de desenvolver um guia virtual para os consumidores.

Formada em agronomia na Universidade do Chile na década de 1970, com especialização em fruticultura e enologia, ela começou a trabalhar como enóloga assistente exatamente na Santa Rita. Ficou por 35 anos na vinícola. Primeiro trabalhou com Ignacio Recabarren, a quem chama de mestre (e é um dos grandes enólogos do país).