13/06/2012 - 21:00
Papéis avulsos
A CCX Carvão da Colômbia, nova empresa de capital aberto do bilionário Eike Batista, estreou na Bovespa no dia 25 de maio. Duas semanas depois, as ações valiam apenas R$ 5,40, 58% menos. O que aconteceu? Aparentemente, os investidores ficaram pessimistas com as perspectivas da empresa. Para ser viável e começar a produzir, a CCX precisa construir uma rede ferroviária e um porto no município de Dibulla, o que demanda captar recursos para investimentos num momento adverso de mercado. Além disso, a empresa, pré-operacional , não tem todas as licenças ambientais. Mas, para quem confia no tino de Eike, o papel tem potencial de alta (leia abaixo).
Palavra do analista: Marcos Assumpção, do Itaú BBA, projeta um preço justo de R$ 20 para os papéis e acredita que a empresa possa ser uma das maiores produtoras de carvão do mundo.
Nasdaq indeniza investidores
A Nasdaq informou, na quarta-feira 6, que vai criar um fundo de US$ 40 milhões para indenizar os investidores que tiveram prejuízos com os problemas técnicos ocorridos no dia da estreia do Facebook, na Bolsa de Nova York, em 18 de maio. O valor, no entanto, está bem abaixo das perdas de US$ 115 milhões registradas pelos quatro maiores bancos, no IPO da rede social. As ações da empresa de Mark Zuckerberg, que mesmo com os problemas chegaram a subir 10% na estreia, já acumulam queda de 29% desde o IPO, cotadas a US$ 26,80.
Touro x Urso
Os planos da União Europeia para lidar com bancos com problemas animaram o mercado brasileiro. Com o anúncio, o Ibovespa registrou alta de 3,19% e encerrou o pregão da quarta-feira 6 de volta ao patamar dos 54 mil pontos, depois de três sessões na casa dos 53 mil. Além disso, a expectativa de novos estímulos monetários nos Estados Unidos e na Europa também colaboraram para o dia positivo na bolsa brasileira.
Destaque no pregão
Emissão de dívida derruba ações da B2W
Após a divulgação da ata da reunião do conselho de administração, com aprovação da emissão em R$ 300 milhões em debêntures, as ações da B2W Varejo, resultante da fusão de Americanas.com e Submarino, lideraram as perdas do Ibovespa, na terça-feira 5. Cotados a R$ 5,05, com queda de 8,35%, os papéis atingiram a mínima histórica. Segundo a companhia, o objetivo da captação é reforçar o capital de giro. Para os investidores, no entanto, a emissão deixa clara a necessidade de capitalizar a empresa a curto prazo.
Integração
BRF inicia troca de ativos com Marfrig
Marfrig e Brasil Foods comunicaram, na terça-feira 5, o início do processo de troca entre os ativos das companhias. A transação é uma exigência feita pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aprovação, no ano passado, da compra da Sadia pela Perdigão. Cerca de 3,8 mil trabalhadores já foram integrados.
Mineração
Briga de liminares
O setor de mineração está em pé de guerra contra os Estados de Minas Gerais, Pará e Amapá em decorrência da cobrança da taxa de mineração. As mineradoras Vale, CSN e Usiminas conseguiram na Justiça liminares que suspendem o pagamento, mas os Estados ainda podem recorrer. Na opinião do analista Adriano Moreno, da Futura Investimentos, a discussão não deve acabar tão cedo, mas não deve impactar as ações no curto prazo, pois o investidor está mais preocupado com a economia chinesa e com a crise europeia.
Construtoras
Vinci injeta capital na PDG
A Vinci Partners poderá deter mais 12% da PDG Realty se adquirir R$ 648 milhões em bônus de subscrição, relativos à proposta de injeção de R$ 799 milhões na construtora. O aporte, aprovado na última semana, será levado à Assembleia Geral Extraordinária de acionistas. Hoje, as gestoras estrangeiras T. Rowe Price e BlackRock são as únicas a deter mais de 5% do capital.
Mercado em números
Petrobras
R$ 512,1 milhões - É o valor que a estatal quer arrecadar com a emissão de 1.707 Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Segundo a empresa, o valor unitário de cada papel será de R$ 300 mil.
Renova Energia
R$ 315 milhões - É o montante do aumento de capital preparado pela empresa, controlada pela Light, Cemig e pelos fundadores Renato Amaral e Ricardo Delneri. Os recursos virão de uma subscrição privada de ações no BNDESPar.
Marisol
R$ 201,2 milhões – Foi quanto a controladora GFV Participações desembolsou para fazer o fechamento de capital da empresa, adquirindo 66 milhões de ações, ou 59% do total. A controladora agora detém mais de 98% das ações Marisol.
Forjas Taurus
R$ 128 milhões – É o que foi oferecido pela Renill Participações para comprar o parque industrial da Taurus Máquinas Ferramenta, sediado em Gravataí, no Rio Grande do Sul.
Hypermarcas
31,7 milhões - É o número de ações ordinárias que a BlackRock detém da companhia, representando 5,06% do total. O aumento de participação foi informado à bolsa, com o objetivo exclusivo de investimento.
Pelo mundo
Moody’s rebaixa nota de bancos alemães e austríacos
A agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou, na quarta-feira 6, o rating de sete bancos alemães, da filial do banco italiano Unicredit e de três importantes instituições austríacas, devido ao aumento do risco com a crise europeia.
Oracle investe em análise de redes sociais
A americana Oracle comprou a Collective Intellect, companhia que fornece sistemas para empresas monitorarem o comportamento de seus clientes em redes sociais. Segundo a Oracle, com os dados, fica mais fácil planejar campanhas de marketing. Os valores da transação não foram divulgados.
Morgan Stanley precisa de capital
Por conta da ameaça de rebaixamento pela Moody’s e outras agências de rating, o banco Morgan Stanley tem considerado vender uma parte de sua unidade de negociação de commodities. A unidade, apesar de ter dado retorno nos últimos anos, tem sido um peso em épocas de crise, pela falta de liquidez dos ativos.
Personagem
Multiplan investe R$ 1 bilhão em 2012
A crise do setor de construção tem colocado as empresas de shopping centers na mira dos investidores. Segundo Armando D’Almeida, o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores da Multiplan, isso acontece devido ao crescimento do setor. A companhia, com 37 anos, tem hoje 14 shoppings em operação e planos de novos empreendimentos.
Armando D’Almeida: ações de gestoras de shopping
são alternativa às construtoras.
Com o setor de construção em queda na bolsa de valores, alguns analistas apostam nos papéis de shopping centers. A que atribui essa recomendação?
As recomendações acontecem em função do cenário econômico atual. As reduções de juros beneficiam o setor de shoppings, pois têm um possível impacto positivo em vendas. Como a visão é positiva em relação ao varejo, e como o crescimento do setor tem sido sólido, as projeções ficam fortalecidas.
Quais são os planos da empresa para os próximos trimestres?
A companhia, que em 2012 completa cinco anos de bolsa, tem hoje dez projetos em andamento, entre novos shoppings, torres comercial, expansões e um prédio residencial. Só, estes projetos significam um investimento da ordem de R$ 1 bilhão, ao longo do ano, e vão permitir que a área bruta locável cresça 50% até 2014.
A companhia está concentrada nas regiões Sul, Sudeste e no Distrito Federal. Existem projetos de expandir para outras regiões do País?
Entre os novos projetos de shoppings que estão em andamento, há um em Maceió. É nosso primeiro investimento no Nordeste e servirá de aprendizado. Com o Norte e Nordeste gerando mais renda, acontecerá um movimento natural nesse sentido.
Comparado com outros países, como está o segmento de shoppings no Brasil?
As vendas dos shopping centers no Brasil representam cerca de 20% do total do varejo nacional. É um índice baixo. No México, por exemplo, esse percentual é de quase 50%. Mas isso está mudando. Com taxas de desemprego mais baixas e o aumento da renda favorecendo o varejo, crescem também as vendas nos shoppings.
Colaboraram: Patrícia Alves e Fernando Teixeira