Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – A CCR lucrou 291,3 milhões de reais no segundo trimestre, beneficiando-se do tráfego crescente de todos os modais que administra, e indicou estar animada para a sétima rodada de leilões de aeroportos previsto para semana que vem.

O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 21,5%, a 1,45 bilhão de reais. Mas a margem caiu 1,3 ponto percentual, a 59,5%, refletindo fatores de um ano antes que a companhia considerou extraordinários.

O lucro trimestral, após prejuízo em igual etapa de 2021, reflete sobretudo a aceleração das receitas com tarifas de rodovias, mobilidade urbana e aeroviários, que seguiram se recuperando dos efeitos do isolamento social adotado durante a pandemia da Covid-19.

De abril a junho, a receita líquida comparável da CCR subiu 24,3% ano a ano, a 2,44 bilhões de reais, refletindo a alta de 8% no tráfego nas rodovias que administra. Os avanços mais significativos foram em aeroportos (+243%) e mobilidade urbana (+138%) que, porém, ainda não voltaram integralmente aos níveis pré-pandemia.

Em termos líquidos, a alta da receita foi ainda maior (+32,7%, a 3,1 bilhões de reais), uma vez que incorporou receitas de ativos acrescidos mais recentemente à lista de concessões, como Linhas 8 e 9 do metrô de São Paulo, e os aeroportos dos Bloco Sul e Norte, a Nova Dutra e o aeroporto da Pampulha (MG).

Esse conjunto, segundo a gerente de relações com investidores da CCR, Flavia Godoy, deve contribuir para controlar a alavancagem financeira da companhia, a despeito de eventuais novos investimentos.

LEILÕES

Além da possível participação e vitória na sétima rodada de aeroportos, que no próximo dia 18 deve leiloar 15 terminais, incluindo o de Congonhas (SP), a empresa deve avaliar participar da disputa pela concessão do lote Noroeste de rodovias em São Paulo e outro no Paraná, previstos para este ano.

“Estamos animados com sétima rodada de aeroportos, faz parte da nossa estratégia”, disse ela.

A CCR fechou junho com alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda de 1,8 vez, abaixo das 2,3 vezes um ano antes, mesmo tendo assumido mais dívidas para assumir ativos conquistados em licitações.

A dívida maior e mais cara devido ao aumento dos juros no último anos fez a despesa financeira da companhia no segundo trimestre somar 704 milhões de reais, mais do que o dobro dos 327 milhões de um ano antes.

A CCR deve lançar nos resultados do terceiro trimestre os recursos da venda de 70% na prestadora norte-americana de serviços aeroportuários TAS, por 144 milhões de dólares.

Em julho, Itaúsa e Votorantim anunciaram acordo para comprar a fatia de 14,86% detida pela Andrade Gutierrez na CCR por 4,1 bilhões de reais.