A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou um requerimento e vai convidar o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, para explicar o caso envolvendo supostas mensagens trocadas entre ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante a operação.

A presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que o colegiado vai entrar em contato com o procurador para expressar o convite e agendar uma data se ele aceitar ir ao Senado. Pela Constituição, os senadores só podem convocar uma autoridade que seja subordinada diretamente ao presidente da República, o que não é o caso de procuradores.

O requerimento de convite a Dallagnol foi apresentado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA). Para ele, o teor das mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil indica um “desvirtuamento” das funções do investigador. O parlamentar também apresentou um pedido para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Lava Jato no Senado, mas ainda não há apoio suficiente.

Nesta quarta-feira, 19, o ministro Sergio Moro irá à CCJ do Senado para uma audiência pública sobre o caso. A reunião do colegiado está marcada para as 9 horas. Moro terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial. Na sequência, cada senador inscrito terá cinco minutos para fazer perguntas ao ministro, que por sua vez terá cinco minutos para resposta. Há ainda possibilidade de réplica por dois minutos e tréplica por outros dois. Os senadores poderão se inscrever a partir das 9 horas. De acordo com o regimento, a ordem de fala será intercalada por partidos políticos. Simone Tebet irá abrir a audiência para todos os senadores da Casa, incluindo aqueles que não sejam membros da CCJ.