Os mercados acionários americanos voltaram a enfrentar um dia de perdas nesta segunda-feira, 14, as quais foram novamente motivadas pela cautela com a desaceleração da economia global, onde China e zona do euro já começam a preocupar investidores em todo o mundo quanto à possibilidade de um desaquecimento mais profundo do que o estimado anteriormente.

O índice Dow Jones chegou ao fim do dia em queda de 0,36%, para 23.909,84 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,53%, para 2.582,61 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq cedeu 0,94%, para 6.905,92 pontos.

Após chegarem a cair mais de 1%, os principais indicadores de ações dos Estados Unidos recuperaram parte das perdas durante o dia, em um movimento liderado pelo setor financeiro, que repercutiu positivamente os resultados do quarto trimestre do Citi. Apesar dr o banco informar receita com negócios de renda fixa bastante abaixo do esperado pelos agentes, o lucro acima do esperado por analistas surpreendeu positivamente e fez com que as ações do Citigroup fechassem o dia em alta de 3,95% e impulsionassem todo o setor financeiro. Os papéis do Bank of American subiram 1,31% e os do Wells Fargo avançaram 1,15%.

Nem mesmo a desaceleração mais acentuada da economia global fez com que os bancos fossem deixados de lado pelos investidores, que deixaram as questões mundiais em segundo plano em relação às ações de instituições financeiras. Na avaliação do estrategista-chefe de ações americanas do Morgan Stanley, Michael Wilson, os mercados nova-iorquinos já precificaram uma deterioração adicional nos dados econômicos e, potencialmente, uma recessão superficial em 2019, esperando que os preços das ações revisitem os níveis vistos em dezembro.

“Do ponto de vista patrimonial, acreditamos que um novo teste das baixas de dezembro, motivado por mais decepções nos lucros e nos dados econômicos, selaria o cenário para a nossa recessão nos lucros das empresas americanas”, disse Wilson, acrescentando que uma recessão nos lucros significa a mesma coisa que uma contração da economia para os investidores. De acordo com ele, “os investidores devem comprar ações cíclicas e se acostumar com papéis de empresas defensivas quando os gritos de recessão tendem a ser mais altos”.

No noticiário econômico, o recuo inesperado das importações e exportações chinesas desencadeou um movimento de aversão a risco desde a madrugada de domingo para segunda-feira. Papéis de empresas mais expostas à economia chinesa voltaram a sofrer – casos da Boeing (-0,72%), Apple (-1,50%) e Caterpillar (-0,23%). Já em solo europeu, a produção industrial da zona do euro mostrou queda mais acentuada do que a projetada na passagem de outubro para novembro, o que suscitou novos temores de desaceleração mais profunda da economia global.