Cats, o musical que mais tempo permaneceu em cartaz na história da Broadway, nunca arrancou suspiros dos críticos. A maioria deles detestava as músicas, a coreografia, o cenário, os atores, enfim, a peça. Mas a indústria dos musicais não concede mais que um longo bocejo às alfinetadas dos estudiosos. O que importa para os magnatas do show biz é o poder financeiro que Cats demonstrou em 18 anos de palco. O musical escrito pelo inglês Andrew Lloyd Weber e que fez sua última apresentação em solo americano no domingo 10, movimentou US$ 400 milhões em bilheteria e levou mais de 10 milhões de pessoas a gritarem bravo! O show foi produzido desde 1982 pelas empresas Capital Cities/ABC, Metromedia, Schubert Organization, David Geffen e pelo próprio Lloyd Weber. No mundo, calcula-se que os produtos e a trilha sonora dos felinos de Lloyd Weber tenham levado para os cofres das empresas algo como US$ 2,2 bilhões. Somente com Cats, Lloyd Weber, autor também de Phantom of the Opera e Jesus Christ Superstar, embolsou US$ 45 milhões. O musical gerou mais de US$ 3,5 bilhões em receita para a cidade de Nova York, de acordo com a consultoria Bill Evans & Associates. ?Nenhuma outra peça fez tanto dinheiro?, declarou Gerald Schoenfeld, presidente da Schubert Organization, na festa de despedida do Cats.

Antes de Cats, o recorde de permanência na Broadway pertencia à peça Chorus Line, com 6.138 apresentações. O número já havia sido batido pelos gatos de Lloyd Weber em 1987. Outros recordes, estes inusitados: durante os 18 anos de carreira, os atores usaram 278 galões (ou pouco mais de mil litros) de maquiagem e uma tonelada de grampos de cabelos. Além disso, a peça foi responsável pela fabricação de 34 mil pôsteres, grudados nos metrôs de Nova York. Os fornecedores e prestadores de serviços da indústria da Broadway jamais vão se esquecer de Cats. Os produtores e as empresas também. Quanto aos críticos… bem, eles não podem negar: Lloyd Weber e seus felinos se transformaram no maior fenômeno financeiro do festivo teatro americano.