Por Parisa Hafezi e Andrew Mills

DUBAI (Reuters) – O Catar sediará negociações indiretas entre o Irã e os Estados Unidos nos próximos dias, informou a mídia iraniana nesta segunda-feira, em meio a uma pressão da União Europeia para romper um impasse de meses nas negociações para retomar um pacto nuclear de 2015.

“O Irã escolheu o Catar para sediar as negociações por causa dos laços amistosos de Doha com Teerã”, disse Mohammad Marandi, assessor de mídia do principal negociador nuclear iraniano, à agência de notícias Isna nesta segunda-feira.

Em março, o pacto parecia perto de ser garantido quando a UE –que está coordenando as negociações– convidou ministros das Relações Exteriores que representam as partes do acordo em Viena para finalizar um acordo após 11 meses de conversas indiretas entre Teerã e o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Mas as negociações estão suspensas desde então, principalmente devido à insistência de Teerã de que Washington remova a Corporação da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), sua força de segurança de elite, da lista de Organização Terrorista Estrangeira dos EUA.

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, que viajou ao Irã na semana passada, disse no sábado que as negociações indiretas devem ser retomadas nos próximos dias em um país do Golfo.

Enquanto uma fonte informada sobre a visita disse que “o enviado especial dos EUA para o Irã, Robert Malley, deve chegar a Doha na segunda-feira e se reunirá com o ministro das Relações Exteriores do Catar”, uma autoridade iraniana afirmou à Reuters que o principal negociador nuclear do Irã, Ali “Bagheri Kani estará em Doha para as negociações nos dias 28 e 29 de junho”.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã não estava imediatamente disponível para comentar e o governo do Catar não comentou.

O pacto nuclear de 2015 impôs restrições às atividades nucleares do Irã em troca da suspensão de sanções internacionais. O então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo em 2018, reimpondo duras sanções econômicas a Teerã.

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