O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quinta-feira, 1, que o Brasil não pode ter instituições públicas que descobrem depois os malfeitos. “Não podemos ter instituições públicas que descobrem depois os malfeitos”, afirmou Rabello de Castro, em seu discurso de posse no Rio, ressaltando que o Conselho de Administração do BNDES terá a função de vigiá-lo. “Caberá ao conselho também me depor se não estiver agindo a contento”, brincou Rabello de Castro.

Segundo o novo presidente do BNDES, o plano estratégico do banco precisa ser considerado. Rabello de Castro disse que iria “estudar no fim de semana” o plano estratégico.

A indústria é uma preocupação fundamental, disse Rabello de Castro, que deu tom otimista ao discurso. “Quero afastar fantasmas psicológicos da crise que se apoderaram dos brasileiros”, disse. Rabello de Castro afirmou durante seu discurso de posse que é “petulância” e “prepotência” dizer que estamos em crise. “Ficamos sentados em US$ 370 bilhões de reservas (…) E temos a petulância, diria prepotência, de dizer que estamos em crise”, afirmou.

Para ele, somos fáceis de submergir. “Precisamos de boias que nos ofereçam condições para ter efetiva estabilidade. Para isso trabalha diuturnamente a equipe, fazendo o planejamento”, afirmou na cerimônia realizada no banco, no Rio.

Ele afirmou ainda que “haveremos de concluir esse trabalho que chamo ‘minirreformista’, porque a grande reforma tem que vir mais adiante”, disse, acrescentando que é preciso avançar muito mais. “O Congresso estará preparado para dar essa resposta”.

Mercado de capitais

O novo presidente do BNDES defendeu um mercado de capitais “pujante”, durante seu discurso de posse no cargo.

“Não há financiamento se não há mercado de capitais pujante”, disse Rabello de Castro, completando que terá um almoço com representantes da Anbima para fazer uma aproximação com o mercado de capitais. O novo presidente do BNDES aproveitou nesse trecho do discurso para cumprimentar o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira, presente à cerimônia de posse.

Maria Silvia

Rabello de Castro afirmou que não é verdade que sua antecessora, Maria Silvia Bastos Marques, tenha retido o crédito da instituição de fomento. Repetindo, no discurso de posse, o que havia dito em entrevista logo antes, Rabello de Castro frisou que a grande queda dos desembolsos do BNDES se deu entre o fim das eleições de 2014 e junho de 2016, quando Maria Silvia assumiu o cargo.

“A estatística chega a ser escandalosamente política”, disse Rabello de Castro.

Segundo o novo presidente do BNDES, Maria Silvia não pôde fazer a retomada por causa da fraca demanda por crédito para investir, mas agora a demanda já apresenta sinais de recuperação. Rabello de Castro frisou que o índice de novas solicitações ao banco é positivo e disse que a equipe técnica do BNDES é “extraordinária”.

“É preciso recuperar DNA de fomento ao desenvolvimento”, afirmou Rabello de Castro, completando que é preciso olhar onde o BNDES é mais necessário e talvez até onde seja mais arriscado.